Mais de 22,9 mil hectares de arroz foram perdidos durante as chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, a maioria localizados na região central do Estado. Além disso, 17,9 mil hectares ainda estão parcialmente submersos, de acordo com nota técnica divulgada nesta quarta-feira (08) pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Dessa forma, resta uma área de mais de 101,3 mil hectares no campo que não foi atingida pelas cheias.
Ao todo, os produtores gaúchos semearam mais de 900,2 mil hectares de arroz irrigado. Desse total, 84,2% da área foi colhida até o momento, totalizando 758 mil hectares.
O estado já produziu 6,4 milhões de toneladas. A estimativa é de que a produção estadual alcance 7,1 milhões de toneladas, um pequeno recuo em relação à safra passada, quando o estado colheu 7,2 milhões de toneladas de arroz. O Irga explica que a estimativa de produção total leva em consideração a produção já colhida somada a um cálculo estimado da produtividade de 7.000 kg para os 101.309 hectares restantes de área não atingidos pelas cheias.
A entidade ainda afirma que segue com os levantamentos da evolução da safra e novas atualizações serão divulgadas.
Confira a evolução da colheita por região:
Abastecimento
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) avalia que não há risco de abastecimento ou necessidade urgente de importação. “Já temos um bom volume de arroz e mesmo que a gente tenha dificuldades na colheita deste saldo que falta colher, certamente o Rio Grande do Sul tem plenas condições de colher uma safra bem acima dos sete milhões de toneladas. Embora tenhamos este grande problema com relação à colheita do que falta, nós temos plenas condições de afirmar que nós não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno”, garante. Apesar de um problema momentâneo de logística, principalmente na ligação com o interior do estado, a entidade afirma que ligação com os grandes centros do país segue normal.
O governo federal anunciou nesta semana que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional para evitar a especulação e elevação de preços. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a pasta está preparando uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras na ordem de 1 milhão de toneladas. “A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor”, disse o ministro. Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia.