"Informação é insumo", frisa presidente da Federarroz

A 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz ocorreu entre 16 e 18 de fevereiro em Capão do Leão/RS, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado. A organização do evento foi realizada pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), com apoio da Embrapa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“O balanço é muito positivo. É um evento consolidado um evento do calendário gaúcho e do calendário brasileiro; um evento que trouxe aqui na sede da Embrapa pessoas oriundas de 20 estados brasileiros, de 10 países e um grande público. Nesses três dias de evento, em torno de 8 mil pessoas passaram pela sede da Embrapa Clima Temperado“, afirma presidente da Federarroz, Alexandre Velho.

Informação é insumo

Com o tema ‘A Produção de alimentos no pós-pandemia – Novos patamares, novos desafios’, o evento contou com um extenso calendário de palestras e debates, além da apresentação de novidades tecnológicas; e pôde ser acompanhado de forma presencial e on-line.

“A informação ela é um insumo fundamental para que o produtor tenha uma eficiência maior nas suas propriedades rurais; e este evento então vem para trazer essas ferramentas, através de mais de 40 vitrines tecnológicas que estiveram presentes conosco este ano; são mais de 100 empresas presentes também no evento. E estas vitrines demonstram que abertura hoje é o maior dia de campo que existe no Estado e o maior evento de abertura de grãos do Brasil e também das Américas”, ressalta.

A programação do evento contou com temas como sustentabilidade, proteção ambiental, pecuária, a intensificação da pecuária no sistema de produção, os custos de produção de cada produtor, painel de mercado, noções de economia. “Um evento realmente muito profissional que busca trazer uma eficiência cada vez maior para que o produtores se mantenha na atividade”, frisa Velho.

Estiagem

A estiagem vem sendo o grande gargalo para lavouras gaúchas este ano, e para a cultura do arroz não é diferente. “A safra este ano ela vai ter uma quebra, isto é inegável, mas esta quebra está mais concentrada em duas regiões: a região central do Estado e a região da fronteira oeste. A grande questão é que a fronteira oeste planta uma grande área, que é praticamente 30% da área do Estado. O que certamente vai impactar na produtividade deste ano, e consequentemente, na produção total. Então se fala na quebra em torno de 10%; mas, ainda é um pouco cedo para falarmos em números, porque a safra está começando”,

Custos de produção

O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) aponta crescimento de 33% nos custos de produção considerando o déficit hídrico das lavoura. “Neste momento em que estamos vivendo, com viés de aumento de custos de produção, isso obriga o produtor a buscar cada vez mais uma eficiência; e obriga esse produtor a ter uma gestão muito grande dos negócios. Pois hoje a agricultura exige não só só um conhecimento agronômico, mas uma administração eficiente e noções de economia; porque o que importa é o resultado econômico deste negócio; e este desafio é que a Federarroz se propõe auxiliar os produtores”, afirma.

Esse recurso hídrico que está faltando já nos dificulta o planejamento para a próxima Safra. O produtor não sabe ainda quanto ele vai ter de água, não sabe o quanto que ele vai colher, e isso realmente nos preocupa bastante

Alexandre Velho

Rotação de cultura

Para Velho a rotação de cultura é fundamental para o sistema produtivo do arroz. “A salvação do arroz passa necessariamente pela soja, passa pela pecuária, talvez pelo milho e talvez um pouco pelo trigo. Isso, porque o produtor tem que adaptar essas culturas à sua realidade; então não existe uma receita, cada propriedade tem as suas características, e nós temos que adaptar a nossa propriedade à cultura que nós vamos implementar”, explica.

Dessa maneira, a diversificação de culturas se torna um aliado do produtor para diminuir custos na produção do arroz. “A cobertura vegetal durante o inverno através das pastagens, pode ser aveia, azevém, trevo persa – que está se usando com consórcio com azevém -, dessa maneira isso tudo aumenta a fertilidade do solo; aumentando a fertilidade eu elevo a produtividade e eu tenho um custo menor. Então por isso que nós olhamos tanto para essa questão da diversificação de culturas. Claro que respeitando as características de cada propriedade, mas este é um caminho sem volta, pois eu não acredito em arroz sobre arroz”, finaliza Velho.