Enchentes

Soja: Perdas de produção podem atingir até 100% das áreas remanescentes no RS

As chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul impediram a continuidade da colheita

Foto de lavoura de soja com plantas caídas e poças de água.
Lavoura de soja afetada pela chuva em Caçapava do Sul-RS | Foto: Guilherme Miranda Fernandes/Arquivo Pessoal

As chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul impediram a continuidade da colheita da soja em grande parte do estado. A perspectiva para a área de mais de 1,6 milhão de hectares atingida pela chuva, que corresponde a 24% do total de 6,6 milhões de hectares cultivados, mudou abruptamente. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira (09) pela Emater/RS-Ascar, as perdas de produção serão elevadas e podem atingir até 100% das áreas remanescentes.

Além disso, algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar também a produção colhida anteriormente. Esse é o caso da produtora rural Isabelle Brendler, de Cachoeira do Sul, que perdeu 86% das lavouras de soja com as enchentes e também a soja que estava armazenada em um silo. “As nossas áreas estão praticamente 100% debaixo d’água, essa enchente, ela veio tão forte, assim como no estado inteiro, que subiu rápido demais e a água chegou em locais que nunca tinha chegado em outras enchentes”, conta.

Confira entrevista completa aqui.

Antes das chuvas, as produtividades eram consideradas satisfatórias. A estimativa inicial era de 3.329 kg/ha, mas a Emater/RS-Ascar afirma que esse valor deverá variar negativamente com os resultados de lavouras que foram perdidas ou que ainda estão no campo.

Colheita

A colheita pôde ser realizada durante alguns períodos nas regiões Noroeste e Campanha, apesar dos grãos excepcionalmente úmidos. Com isso, a área colhida avançou apenas dois pontos percentuais, alcançando 78% da área cultivada.

“A qualidade dos grãos retirados de lavouras maduras, que estavam sob chuva durante vários dias, está inapropriada, e muitas não serão colhidas pela inviabilidade econômica. O aspecto visual das lavouras destinadas à colheita não está adequado, pois o estágio ideal para a realização da colheita foi ultrapassado consideravelmente. A opção por colher nessas condições, mesmo diante de uma umidade elevada, acarreta descontos significativos, reduzindo a rentabilidade e não sendo suficiente para cobrir os custos de produção. Além disso, houve danos expressivos devido à perda de solo nas áreas de cultivo, ocasionada pela erosão provocada pelo excesso de chuvas durante o período”, avalia a Emater/RS-Ascar.