Desafios do Arroz

Aumento dos custos de produção do arroz é de 30,31%

O aumento dos custos de produção foi um dos principais temas debatidos na 63ª reunião da Câmara Setorial do Arroz. O evento ocorreu nesta quarta-feira (16), no primeiro dia da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Capão do Leão (RS). A reunião ainda abordou projeções para o mercado e a autorregulamentação do setor.

A safra de arroz 2021/2022 apresenta um custo de produção de R$ 90,74 por saco de 50 quilos, considerando uma média de 166,13 sacos por hectare, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). “Parte deste custo é uma projeção, ou seja, são aqueles itens que ainda não estão consolidados”, explicou o diretor comercial, João Batista Gomes. O aumento representa um crescimento de 30,31% em relação à safra passada. O cálculo considera critério e metodologia já estabelecidos de utilizar a média das últimas três safras.

Apesar de um retrocesso na escalada de preços, e até uma diminuição, a expectativa é de que eles não retornem aos patamares da safra 2020/2021. A preocupação também é grande para a próxima safra. “O produtor tem um custo maior no seu saco de arroz, agravado ainda pela questão da seca e da dificuldade de recursos hídricos, alguns produtores vão ter dificuldade porque não vão ter o produto para comercializar”, ressalta o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, em entrevista ao portal Destaque Rural.

Para esses produtores, o custo pode ter que ser diluído nas safras seguintes, onerando por mais de uma ou duas safras, conforme Coutinho. “A gente espera que a colheita seja boa e que uma produção boa para a grande maioria fortaleça sua capacidade econômica. E que o produtor, que se recuperou economicamente nos últimos anos, consiga enfrentar uma safra 22/23 melhor”.

Foto de quatro homens com máscara em um palco. Ao centro, uma projeção apresenta uma videochamada.
Evento reuniu representantes de entidades ligadas ao setor | Foto: Carlos Queiroz/Divulgação

Mercado

A expectativa é de uma recuperação dos preços do arroz e evolução contínua ao longo do ano. Ainda assim, o aumento dos custos de produção deve baixar a rentabilidade dos produtores, conforme Sérgio dos Santos Júnior, da Conab. “Identificamos um significativo aumento tanto do custo variável quanto do operacional, e esta elevação está nos levando de volta para um cenário de rentabilidade não muito atrativa para a safra 2021/2022”, destacou.

Autorregulamentação

O evento também debateu o protocolo de autoregulamentação, que vem sendo elaborado por um grupo de trabalho privado, com foco na rastreabilidade. Apesar de ser considerado uma responsabilidade e um desafio, ele é visto como necessário para modernizar o setor e se adequar à novas legislações. É esperado que um esboço do protocolo seja apresentado em maio.

Abertura Oficial da Colheita do Arroz

A Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas ocorre de 16 a 18 de fevereiro na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), com atividades presenciais e on-line. A organização é da Federarroz com correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com informações da Federarroz

O Irga divulgou em 25 de fevereiro que o aumento nos custos de produção foi de 30,31%, não de 33%, conforme divulgado anteriormente.