Milho

As ações danosas das cigarrinha do milho pode ser reduzida com monitoramento e manejo, segundo ‘Agrimip

O Agrimip assumiu como desafio identificar as melhores práticas de manejo da cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis). “Não é uma lagarta, não é um percevejo, mas um ‘ator’ que entra no sistema de milho, um inseto diferente do que se está acostumado a manejar”, enfatiza Regiane. “O que mais causa prejuízo é o fato de a praga ser um vetor, que ao sugar a seiva da planta, adquire fitopatógenos (molicutes e vírus). Vêm daí a virose e os enfezamentos transmitidos pela cigarrinha à cultura, limitantes para a produção de milho”, explica a pesquisadora e pós-doutora em entomologia Regiane Oliveira, do grupo Agrimip.

De acordo com ela, nos dias de hoje existem relatos técnicos e acadêmicos de que a ‘cigarrinha’ já afeta a produção de milho em toda a fronteira agrícola brasileira, embora o Agrimip, o grupo de pesquisas da Unesp Botucatu, tenha priorizado o estudo da praga no estado de São Paulo.

Cigarrinha-do-milho ovos. Foto: Regiane Oliveira

Como a cigarrinha afeta a planta:

A pesquisadora explica que as doenças disseminadas pela praga bloqueiam a circulação de seiva nas plantas e as fêmeas da praga têm acesso a plantas de milho num raio de até 14 km de distância. Além disso, a cigarrinha prefere a planta de milho mais nova, de até 30 dias, 40 dias.

Cigarrinha-do-milho_macho e femea. Foto: Regiane Oliveira

Manejo:

Segundo a pesquisadora, também professora de graduação e pós-graduação em agronomia da Unesp-Botucatu, estudos em profundidade do grupo Agrimip deram origem a práticas capazes de conter danos mais severos decorrentes da cigarrinha-do-milho. “Quebrar as pontes verdes é um ponto fundamental. Outra medida decisiva consiste em usar corretamente as ferramentas de manejo de que dispomos, como controle químico, controle biológico, entre outras, de maneira a diminuir a população do inseto”, salienta Regiane Oliveira. É no estágio ‘ninfa’, posterior à postura dos ovos, no qual reside um desafio crucial ao controle da praga. “São as ninfas que adquirem os fitopatógenos e depois o inseto adulto será o principal responsável pela transmissão. Sabemos hoje: temos de fazer o manejo de adultos e ninfas, não sem antes monitorar precisamente ovos depositados dentro das folhas. Então, estar na lavoura, monitorar a lavoura, é fundamental.”

No manejo o produtor deve priorizar a redução do número de insetos em todas as fases da cigarrinha-do-milho: ovo, ninfa e adulto.

Regiane Oliveira.