Leite

Conseleite/RS antecipa revisão dos custos de produção

O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite) decidiu nesta terça-feira (23) iniciar o processo de revisão dos custos de produção na próxima semana. O anúncio ocorre após entidades de produtores se afastarem das reuniões por discordarem do método utilizado no cálculo. O Conseleite afirma que o processo estava previsto para janeiro e foi antecipado para atender o pedido dos produtores. O objetivo é que os novos dados passem a integrar o cálculo do valor de referência no primeiro trimestre de 2022.

“O Conseleite é um espaço de discussão. Há visões diferentes porque defendemos posições diferentes. Precisamos entender que há uma diferença entre o valor de referência do Conseleite e valor de remuneração, que é definido pelas empresas com seus produtores”, afirmou o coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra. Ele afirma estar comprometido a achar um consenso entre produtores e indústrias. A reunião para iniciar o processo será convoca pela Câmara Técnica da entidade.

Além disso, um reunião extraordinária será realizada no dia 7 de dezembro, às 9h. Todas as entidades integrantes serão convocadas para tratar da composição do colegiado e formação da nova diretoria para 2022.

Manifestações

O professor da UPF e coordenador da Câmara Técnica, Marco Antonio Montoya, defendeu a transparência do trabalho conduzido pela universidade e ponderou que o Conseleite é um espaço de discussão. Segundo ele, mensalmente são apresentados dados por segmento produtivo, algo que não é feito em colegiados de outros estados.

Já o representante da indústria sugeriu que os produtores apresentem à Câmara Técnica uma proposição clara de seus anseios. “Se a ideia é trabalhar com preço mínimo, então teremos outro indexador. Há modelos assim em outros países como Estados Unidos”, informou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Montoya argumentou que modelos como o norte-americano acabam exigindo intervenção do governo e que o Conseleite sempre teve um conceito diferente.

O conselheiro da Farsul e vice-coordenador do Conseleite, Rodrigo Rizzo, afirma que há um desconforto criado, mas que não se está questionando a metodologia de cálculo utilizada pela UPF. Segundo ele, é preciso que a comunicação entre indústrias e produtores seja azeitada de para cheguem com clareza às informações sobre formação do preço. Representando a Fecoagro, Tarcísio Minetto reforçou o apoio das cooperativas ao colegiado.

Produtores

Três entidades anunciaram nos últimos dias o afastamento das reuniões do Conseleite/RS. A principal crítica é ao cálculo que define o preço base do produto, que estaria beneficiando as indústrias. A decisão foi tomada pela Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (Jersey-RS) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS)

“As indústrias trabalham com dados altamente atualizados e não admitem o mínimo prejuízo ou diminuição de lucro enquanto os dados do custo de produção são desatualizados e o produtor não tem paridade de disputa para amenizar o seu prejuízo”, informa o comunicado da Gadolando e Jersey-RS.

Com informações do Conseleite/RS e Farsul