Leite

RS: pecuária encara baixa disponibilidade de pastagens

Observa-se a perda de condição corporal dos rebanhos bovinos, principalmente dos animais criados em áreas de campo nativo.

Com o comprometimento das áreas de pastagens em função do quadro de estiagem que atinge praticamente todo o RS, observa-se a perda de condição corporal dos rebanhos bovinos, principalmente dos animais criados em áreas de campo nativo. Outro desafio imposto pelo calor é um maior estresse térmico dos animais, que resulta na diminuição do consumo, tornando fundamentais locais com sombra e acesso à água de qualidade.

De acordo com o Informativo Conjuntural produzido e publicado nesta quinta-feira (06/01) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), os animais ainda apresentam boas condições somente nas criações intensivas ou com pastagens cultivadas manejadas adequadamente e com lotação correta.

A suplementação com sal mineral continua como uma importante estratégia para melhorar o aproveitamento de forragens de menor qualidade. O monitoramento da incidência de parasitas continua. Até mesmo a estação de reprodução está sendo prejudicada com o forte calor e a falta de alimentos. As vendas de animais devem-se principalmente à redução da lotação das pastagens frente ao clima adverso com poucas chuvas.

Comercialização

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o valor médio do boi para abate no Estado aumentou 1,55%, de R$ 10,95 para R$ 11,12/kg vivo, e o da vaca para abate aumentou 0,50%, de R$ 9,98 para R$ 10,03/kg vivo.

Bovinocultura de leite

Somente a produção leiteira das propriedades mais tecnificadas ainda não sofreu impactos da estiagem. Além da baixa disponibilidade de pastagens, mesmo cultivadas, o estresse térmico causado pelo calor influencia diretamente o consumo dos animais, sendo mais uma das causas da queda de produtividade. Os estoques de silagens estão diminuindo, trazendo grande preocupação para os produtores.

Em diversas propriedades, a água disponível já se torna insuficiente. Com a redução do nível de reservatórios, também aumentam os problemas de incidência de mastites e contaminação do leite, pois os animais acabam entrando em áreas com acúmulo de barro para ter acesso de água para dessedentação.

Conforme diminui o consumo de pastagens pelos animais, aumentam os casos de leite instável não ácido (Lina). Os produtores seguem sendo orientados a realizar a vacinação contra raiva herbívora, conforme indicação das Inspetorias de Defesa Agropecuária. Foram mantidas as ações de controle de endo e ectoparasitos e a vacinação de terneiras de três a oito meses contra brucelose bovina.

Ovinocultura

O rebanho ovino mantém estado corporal satisfatório, sendo mais expressivo o ganho de peso de animais conduzidos nas áreas de pastagens cultivadas, mesmo se comparados com os animais que pastejam áreas de campo nativo, impactadas pela redução significativa nos níveis de umidade do solo ao longo de dezembro. As fases de desenvolvimento dos cordeiros e de preparo dos animais para o período reprodutivo estão ocorrendo simultaneamente. As matrizes vêm sendo suplementadas para que atinjam o escore corporal adequado ao encarneiramento.

Comercialização

Conforme o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do
cordeiro para abate no Estado aumentou 2,47%, ficando em R$ 10,77/kg vivo.