A China, principal importadora dos produtos paranaenses, anunciou recentemente a inspeção de mais 28 frigoríficos brasileiros que podem ser autorizados a exportar para o país asiático. No total, cinco desses frigoríficos são do estado do Paraná. A informação foi divulgada no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 4 a 11 de janeiro de 2024. Este boletim, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também oferece detalhes sobre outras atividades agrícolas.
Os cinco frigoríficos paranaenses listados são especializados no abate de aves. São eles: Frangos Pioneiro Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, localizado em Joaquim Távora; Avenorte Avícola Cianorte Ltda, em Cianorte; Plusval Agroavícola Ltda, em Umuarama; Cotriguaçu Cooperativa Central, em Cascavel; e Seara Alimentos, em Santo Inácio. O Paraná, líder na produção de frango no Brasil, registrou exportações no valor de US$ 3,6 bilhões nessa cadeia em 2023.
Segundo a análise do Deral para 2024, a recuperação econômica da China é considerada a variável crucial nas projeções de preços e exportações de carne brasileira. O governo chinês recentemente se comprometeu a intensificar políticas para acelerar a recuperação e apoiar os setores mais impactados. Além disso, a produção de carne suína na China, que atingiu recordes em 2023, pode diminuir em 2024 devido à demanda decepcionante, o que poderia impulsionar as importações de produtos brasileiros.
O boletim também aborda as condições gerais das lavouras de milho e soja no Paraná. Na semana anterior, a primeira safra de milho 2023/24 tinha 80% da área estimada em boa condição, mas nesta semana esse percentual caiu para 76%. Quanto à soja, na semana passada, 86% das lavouras estavam em boa condição, mas nesta semana o percentual diminuiu para 71%, em relação aos 5,8 milhões de hectares plantados.
No cenário do arroz e do feijão, as enchentes do Rio Ivaí em outubro afetaram significativamente as lavouras de arroz irrigado no Paraná. Apesar das incertezas iniciais, as áreas foram replantadas devido à valorização da cultura, que fechou 2023 com preços 45% mais altos. Os preços do arroz agulhinha subiram 14% no último mês e 29% nos últimos 12 meses, refletindo-se também no consumidor final.
O feijão, por sua vez, mesmo com a colheita evoluindo bem, alcançando 56% da área nesta semana, tem enfrentado limitações devido aos problemas de produtividade causados pelo calor excessivo. Isso tem levado a uma valorização dos preços ao produtor em janeiro, superando os preços de dezembro de 2023.
Na seção de Hortifruti, o boletim analisa dados da Divisão Técnica e Econômica – DITEC, das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). No entreposto de Curitiba, entre os dias 2 e 9 de janeiro, três itens apresentaram aumento nos preços, enquanto 16 mantiveram seus valores e 11 produtos tiveram redução nos preços. A batata doce, a melancia redonda e o melão tiveram suas cotações aumentadas em 33,3%, 10,0% e 5,5%, respectivamente, de uma semana para outra. Já a vagem macarrão, o pepino conserva e o chuchu experimentaram reduções de até 37,6%.