Mercado

Leite: preços altos e baixa rentabilidade em 2021

O volume de derivados lácteos importado pelo Brasil somou 126,4 mil toneladas, queda de 17% frente ao do mesmo período de 2020.

O ano de 2021 ficará marcado como um ano de preços altos do leite no campo, mas de rentabilidade baixa para o produtor. Ao mesmo tempo, também será lembrado pela dificuldade dos laticínios em repassar a alta do preço da matéria-prima (leite cru) aos derivados; já que a perda do poder de compra do consumidor brasileiro freou a demanda por lácteos.

Menor poder de compra reduz demanda por derivados em 2021

Pesquisas realizadas pelo Cepea com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostram que, na média de janeiro a novembro de 2021; os preços do leite UHT e da muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição do estado de São Paulo foram de R$ 3,43/litro e de R$ 26,25/kg, ligeiros 1,7% e 1,9% acima, respectivamente, dos valores registrados no mesmo período do ano passado, em termos reais. No caso do leite em pó (400g), a média do período foi de R$ 24,71/kg; alta de 8,2%, na mesma comparação (dados deflacionados pelo IPCA de novembro de 2021). Os dados evidenciam a dificuldade da indústria de laticínios em assegurar margens em 2021; tendo em vista o encarecimento do leite no campo e a fragilidade da demanda por lácteos.

Com dólar elevado e demanda enfraquecida, importações caem em 2021 

De janeiro a novembro deste ano, o volume de derivados lácteos importado pelo Brasil somou 126,4 mil toneladas; queda de 17% frente ao do mesmo período de 2020, de acordo com dados da Secex. As menores aquisições de leite em pó influenciaram esse resultado; tendo em vista que as compras externas deste derivado caíram quase 30% neste ano frente ao anterior; totalizando 70 mil toneladas (o que representa 55% do total importado pelo País em 2021). 

Preços dos combustíveis em alta mantêm elevação dos custos

O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira avançou 0,37% entre outubro e novembro na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). De janeiro até novembro, o COE acumulou alta de 17,68% na “Média Brasil”. Em novembro, os grupos de custos que apresentaram as elevações mais significativas foram os combustíveis (7,66%) e, consequentemente, as operações mecânicas (6,17%). Os preços dos combustíveis seguem na tendência de alta observada nos meses anteriores devido, principalmente, à valorização internacional do petróleo.

Fonte: Cepea