Agronegócio

Um terço do solo do planeta está degradado, afirma especialista

Coordenador geral e científico da NPV explica as consequências do mundo ter apenas 15% de solos férteis na superfície terrestre. Dia mundial do solo é comemorado em 5 de dezembro

Ainda pouco valorizado, o solo é a base de 95% da alimentação do mundo. Porém, o coordenador geral e científico da NPV – Nutrientes Para a Vida alerta que hoje 33% de todos os solos do planeta estão degradados. Os solos férteis, ainda segundo o especialista, também são raros e valiosos, representando apenas 15% de toda a superfície terrestre. Os números chamam a atenção no dia em que o solo é celebrado, 5 de dezembro.

“Uma única colher de sopa de solo contém mais organismos vivos do que seres humanos na Terra. E estes ambientes ricos demoram vários milhares de anos a formar-se, mas hoje estão ameaçados por diversos fatores. Apesar de não pensarmos suficientemente, é o solo que nos carrega, nos sustenta e nos nutre. Isso é o suficiente para celebrar um dia mundial dedicado ao solo. Esse tributo se deve à importância dos solos na alimentação da população mundial, além de outras funções como as hidrológicas, de proteção da biodiversidade, ou relacionadas com o armazenamento de carbono”, explica Casarin.

Para o agrônomo, proteger o pouco solo que resta no planeta representa, portanto, uma questão fundamental para garantir a soberania alimentar e a sustentabilidade do nosso modelo agrícola. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) estima que, desde a década de 1950, o teor de nutrientes dos solos diminuiu, levando assim a um declínio na qualidade dos alimentos para as populações. Este fenômeno, conhecido como “fome oculta”, representa uma ameaça para mais de 2 milhões de pessoas no mundo e junta-se a outras ameaças que pesam sobre a agricultura e a alimentação global.

“Várias causas foram claramente identificadas como as principais causas desta degradação do solo: agricultura intensiva, poluição proveniente da indústria e dos transportes, erosão e impermeabilização dos solos. Todos estes fatores levaram à degradação de 33% do solo do planeta, alguns deles de forma irreversível”, afirma Casarin.

Fertilizantes e a reposição nutricional

O coordenador da NPV explica ainda que o fertilizante é um importante aliado para resolver a carência nutricional dos solos. “É através deste insumo que o produtor rural consegue inserir os nutrientes carentes no solo, criando um ambiente favorável para que as plantas possam se desenvolver e produzir. É através do uso de fertilizante que se repõe os nutrientes ao solo e, assim, permite a nutrição adequada para conquistar o aumento de produtividade. Tirar mais alimento de uma mesma área é o que o fertilizante tem feito nas últimas décadas.

Casarin ressalta ainda que os fertilizantes não são produtos tóxicos, mas fonte nutricional para as plantas. “Os nutrientes que os fertilizantes têm em sua composição são aqueles essenciais para os vegetais completarem seu ciclo de vida, ou seja, produzir grãos, frutos e outros produtos usados como alimento animal e humano. São esses nutrientes que irão nutrir os animais e o ser humano, permitindo que estes possam ter energia para suas inúmeras atividades. Como consequência da produção de alimentos pelo uso de fertilizantes, tem-se a garantia da segurança alimentar”, finaliza.

Sobre a NPV

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.