Agronegócio

Sucessão familiar no agronegócio: como planejar de forma eficiente

Estamos em uma nova era no que tange à permanência dos filhos no agronegócio. Diferente do que acontecia em tempos atrás, em que a agricultura era demasiadamente penosa, e o sonho dos pais era que seus filhos tivessem outras profissões, nos tempos atuais ocorre o inverso, os filhos são felizes por estarem ao lado dos pais na atividade rurícola.

Neste sentido, esses filhos, por terem mais proximidade, têm também a liberdade de agir, mesmo que a contragosto de outro membro da família, e isso pode gerar um atrito familiar. Para evitar possíveis danos patrimoniais e emocionais surge a Holding Familiar.

Esta representa uma atividade empresarial com os objetivos principais de 1) evitar conflitos entre sócios e herdeiros; 2) proteger contra fracassos amorosos; 3) proteger contra terceiros; 4) facilitar a administração do patrimônio; 5) fortalecer a vontade do proprietário; 6) facilitar o processo sucessório.

Cuidar da sucessão familiar, com a preparação de um sucessor que conduza o negócio, é de fato um desafio, porém, com a instituição de um mecanismo que a regule, um resultado eficiente será visto.

O planejamento com antecedência permite que o agricultor consiga manter-se longe de problemas que possam afligir seu empreendimento ou mesmo levá-lo a declínio. Por exemplo, definir cargos é uma das ações essenciais na hora do planejamento. ,

Capacitar os herdeiros deve ser prioridade dos pais ao longo dos anos, pois este será o meio adequado de permanência do negócio. Neste sentido, é importante criar um ambiente de responsabilização de todos os envolvidos, atentando-se para o perfil de cada um e sua habilidade específica, para que haja sucesso no desenvolvimento da atividade direcionada.

A Governança Corporativa Familiar auxilia a família empresarial a se relacionar com seus negócios e seu legado, conscientizando o agricultor de que é importante profissionalizar o processo sucessório, para evitar que o negócio da família entre em declínio com a ausência do fundador. Além disso, se propõe a proteger o patrimônio conquistado e evitar conflito entre herdeiros. Afinal, no sistema tradicional de sucessão, 70% dos negócios acabam morrendo.

Temos ainda o protocolo familiar, este documento estabelece regras de como a família empresária deve se comportar com relação ao negócio que possui. Este documento antecipa problemas e prevê condutas da família empresária, garantindo a prosperidade do negócio através da profissionalização da atividade.

Quando se constitui uma Holding, esta serve para que haja poder de controle, pois terá importante influência na administração do patrimônio envolvido na atividade empresarial. Ela converge os interesses dos sócios ou acionistas, na medida em que se pode concentrar a administração de todo patrimônio em uma única empresa, sendo assim uma blindagem patrimonial.

Dessa forma, a Holding Familiar, desde que bem planejada e feita com a observância tanto da realidade fática quanto de todas as regras legais para sua instituição, pode ser uma boa alternativa para evitar futuros incômodos e também para organizar e melhor gerenciar o patrimônio da família.

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