Agronegócio

Semeadura da soja: produtores do estado de Goiás dependem da chuva para concluir plantio

Enquanto o sul espera por um momento de estiagem, a região de Goiás aguarda um período de chuvas para dar seguimento à semeadura de soja. Ambas as regiões enfrentam um atraso no plantio.

Por Larissa Vasconcelos

Enquanto no Rio Grande do Sul as chuvas frequentes atrapalham a janela de semeadura da soja, no estado de Goiás é a ausência de chuvas que tem causado atrasos aos produtores.

O Destaque Rural conversou com a agrônoma e produtora Simone Dameto, que vive em Bela Vista de Goiás, para saber sobre as condições de plantio no estado.

Simone  conta que conseguiu plantar apenas um talhão de soja no início de novembro, após, a semeadura precisou ser pausada devido à falta de chuva e de umidade no solo. A ausência total de chuvas já totaliza 18 dias, até a última segunda-feira, quando pancadas de chuva atingiram a região. Entretanto, as chuvas não foram suficientes para dar seguimento ao plantio.

A previsão de finalização da semeadura no estado é geralmente para final  de outubro, neste ano é provável que se estenda até o final de novembro, se houver umidade suficiente para dar continuidade ao plantio. Mas, em algumas regiões do estado, não há uma expectativa de prazo para a finalização.

Simone salienta que outras regiões de Goiás já finalizaram o plantio, mas mesmo estas áreas passam por dificuldade na germinação, o que pode provocar a necessidade de replantio.

Neste momento a agrônoma orienta que cada agricultor precisa ver a sua situação, a quantidade de umidade presente em suas terras, já que o nível de precipitação pode variar de região para região. Além disso, ela alerta para a necessidade de analisar a temperatura do solo antes do plantio, pois solos muito quentes acabam inviabilizando a germinação da semente.

Agora o momento é de espera para acompanhar se a soja já semeada irá se desenvolver de forma saudável e aguardar a umidade para finalizar o plantio das áreas. Além disso, é preciso ter cuidado com a amplitude térmica, evitando a aplicação de defensivos em horários de muito calor, analisando quais produtos causarão menos estresse na planta. Neste ano, talvez haja necessidade de uma suplementação para a expressão foliar da soja, evitando maiores danos para a colheita.

Expressão foliar:

Como a maioria dos vegetais, a soja absorve nutrientes também pelas folhas, além das raízes. Por isso é importante que para seu desenvolvimento a soja apresente um bom nível de massa foliar. Aumentando a possibilidade de absorção de defensivos e nutrientes. Em alguns casos, a planta não consegue retirar nutrientes do solo, pelas raízes, necessitando de uma suplementação ou adubação foliar.

A folha pode absorver nutrientes de 3 formas por meio da cutícula, por estômatos e tricomas e através de rachaduras e imperfeições cuticulares. Além disso, ela absorve de forma passiva ou ativa. Na primeira, os íons são transportados para o interior da planta por meio de fenômenos físicos, como a difusão e troca iônica. Os nutrientes passam pela cutícula, parede celular, espaços intercelulares e, posteriormente, atingem o plasmalema. Este é a membrana celular que recobre o citoplasma e as organelas, sendo a última barreira à absorção. Na segunda fase, o nutriente atravessa o plasmalema e entra no citoplasma, podendo ser acumulado no vacúolo ou transportado para diferentes porções da planta, com gasto energético.

Por isso é preciso ter atenção a temperatura de aplicação, para que o produto não se evapore ou acabe queimando a folha.