Agronegócio

Seca compromete o desempenho dos animais

A pecuária sofre os reflexos da falta de chuvas regulares e bem distribuídas.

Sem precipitações de volumes significativos, permanece o quadro de baixa oferta forrageira. As pastagens de verão estão totalmente comprometidas devido à seca, sem haver rebrote após os pastejos. Novas aplicações de fertilizantes nitrogenados foram realizadas apenas nos locais onde ocorreram precipitações.

A estiagem agrava ainda mais a invasão de espécies exóticas, que competem com as espécies forrageiras, degradando as áreas de pastagem. As plantas dos locais onde as pastagens foram estabelecidas entre outubro e novembro apresentam melhor desenvolvimento; porém, são necessárias novas chuvas para a ocorrência do rebrote após pastejo.

Bovinocultura de Corte

O rebanho bovino mantido nas áreas de campo nativo já apresenta perda de estado corporal. Mesmo nas propriedades com lotação ajustada, a falta de chuvas provoca o secamento das plantas e consequentemente perda de qualidade que compromete o desempenho dos animais. Nas regiões mais impactadas, a principal estratégia de manejo continua sendo o ajuste da lotação dos animais nas áreas de pastagens, sendo essencial a venda de bovinos nas propriedades com reduzida oferta forrageira ou a aquisição e o fornecimento de suplementação na forma de feno, farelos ou silagem.

O acesso a fontes de água com volume e qualidade adequados também está sendo priorizado. O período de parição está praticamente concluído, e alguns produtores ainda inseminam os últimos lotes de vacas. Os rodeios de cria já estão com touros em serviço, sendo aplicados os protocolos de inseminação artificial e inseminação artificial em tempo fixo.

Comercialização

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o valor médio do boi para abate no Estado aumentou 0,18%, de R$ 11,12 para R$ 11,14/kg vivo, e o da vaca para abate aumentou 0,80%, de R$ 10,03 para R$ 10,11/kg vivo.

Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2214, de 13 de janeiro de 2022. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.

Bovinocultura de Leite

A produção de leite sofre os reflexos da falta de chuvas regulares e bem distribuídas. Os impactos da estiagem são bastante variados conforme o sistema de produção, e produtores que dispõem de silagem, feno e de alguma oferta de pastagens de gramíneas e leguminosas sofrem prejuízos menos significativos. Nas propriedades sem silagem ou feno, dependentes exclusivamente de pastagens cultivadas, as perdas produtivas são mais expressivas.

Nesse cenário, o desembolso com ração ou aquisição de milho é maior, mas é a forma de manter o estado corporal e a produção de leite, especialmente das matrizes com mais potencial. Outro aspecto que impacta na produção é o bem-estar dos animais: as temperaturas elevadas, aliadas à alta umidade relativa, coloca os animais em estresse térmico, diminuindo por consequência o consumo de alimento e a produtividade. A escassez de chuvas também tem comprometido a qualidade e quantidade de água para dessedentação animal, fundamental para produção das matrizes. Em alguns locais, produtores reabastecem tanques e reservatórios.

Ovinocultura

A ovinocultura também está enfrentando problemas com a estiagem. A falta de disponibilidade de forragens começa a refletir no estado corporal do rebanho, que já apresenta dificuldade de manter o ganho peso. Em relação ao aspecto sanitário, há casos de verminoses em propriedades que não utilizam técnicas de controle. Em relação ao aspecto reprodutiva, o período é de seleção e aquisição de carneiros para a temporada de monta das raças tipo carne. As raças laneiras já estão em período de monta.

Fonte: Emater/RS