O Sistema Farsul e a Fundação Pró-Sementes divulgaram, nesta terça-feira (30), os resultados do Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) da safra de soja 2023/2024. A pesquisa, um estudo detalhado de 35 cultivares do grão e que tem o patrocínio do Senar-RS e Bayer, é uma ferramenta pensada para auxiliar a escolha das assistências técnicas e produtores rurais sobre quais variedades plantar para ter um melhor resultados em sua região.
Foram avaliadas cultivares em doze locais diferentes do Estado. A maior produtividade média foi registrada em São Luiz Gonzaga, no ensaio de cultivares precoce, com 5.704 kg/ha (aproximadamente 96 sacos por hectare). Já a menor, no ensaio de cultivar médio/tardio (2ª época), foi em Júlio de Castilhos, com 1.657 kg/ha (28 sacos/há), uma variação de 68 sacos por hectare. É um espectro amplo, o que ressalta a importância de o produtor escolher o grão certo para a região onde planta, conforme a Farsul.
A escolha correta impacta diretamente na receita, já que diferentes cultivares na mesma região trazem resultados variados. Em Passo Fundo, houve uma amplitude de 19 sacas/ha entre os grãos com maior e menor desempenho. O estudo aponta que essa amplitude traz uma diferença de mais de R$ 2 mil por hectare. Em outros locais, essa variação entre cultivares é ainda maior, com diferenças de até 50 sacas/ha.
Elmar Konrad, 1º Vice-Presidente e Coordenador da Comissão de Grãos da Farsul destacou a importância do estudo. “O ECR Soja está sendo conduzido desde 2008. É um experimento contínuo, e a única e mais importante referência de cultivares de todas as marcas e tecnologias”, declarou.
Desafios
O estudo desta safra teve condições climáticas desafiadoras. As enchentes de maio atingiram diretamente a região de Bagé, por exemplo, o que impediu a colheita de amostras, enquanto outras regiões sofreram com períodos intensos de chuva que atrasaram as datas de semeadura. Além disso, o começo de 2024 trouxe condições favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem asiática.
“A grande amplitude de produtividade que registramos, variando de 1.657 kg/ha a 5.704 kg/ha, destaca os desafios enfrentados pelos sojicultores nesta safra. Longos períodos de chuvas, em especial nas áreas de várzea e a forte pressão de ferrugem asiática no norte e noroeste do estado, afetaram significativamente o potencial das cultivares. Considerar isso é essencial para que os produtores possam tomar as decisões mais assertivas e ajustem as suas estratégias de cultivo, conforme as condições específicas de cada local,” afirma Kassiana Kehl, coordenadora do projeto.
Alexandre Levien, Diretor Técnico da Fundação Pró-Sementes, pontuou a lisura dos estudos feitos. “É um trabalho que não tem viés comercial, não tem custo para o usuário, e está disponível para quem quiser acessar”, disse Levien. “Foi um ano desafiador, mas a pesquisa vem pra nos ajudar nesses momentos”, completou.
Renato Salvador, representante da Bayer, frisou a importância das parcerias responsáveis pela realização do ECR Soja. “Os envolvidos nesse estudo trazem muita credibilidade para ele. A soja é uma cultura que vem crescendo, principalmente no sul do Estado”, disse.
“É um trabalho que exigiu dedicação, uma acurácia, e mais do que tudo, uma isenção absurda, pois o resultado é crucial para o produtor”, avalia o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli.
Os resultados de todos os Ensaios de Cultivares em Rede estão disponíveis para consulta no site da Fundação Pró-Sementes. Além disso, o Sistema Farsul distribui aos Sindicatos Rurais a publicação impressa dos resultados a cada safra.
Fonte: Farsul