Safra 2023/2024

Colheita da soja avança para 66% da área no RS

Observa-se uma tendência de redução na produtividade nas lavouras à medida que a colheita avança para o terço final

Foto de duas colheitadeiras em lavoura de soja.
Janelas com tempo seco e temperatura amena aceleraram a colheita | Foto: Reprodução/Destaque Rural

A colheita da soja avançou na última semana no Rio Grande do Sul, alcançando a média esperada para este período do ano e chegando a 66%, de acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (25) pela Emater/RS-Ascar.

Ao longo dos últimos dias, o estado seguiu registrando chuvas com volumes variáveis, mas os produtores aproveitaram as janelas com tempo seco e temperatura amena para acelerar a colheita, mesmo com a umidade dos grãos acima do ideal.

Mesmo com essa umidade, a produtividade não sofreu impactos significativos. Porém, a retomada da colheita foi mais difícil onde as chuvas foram mais fortes, como a região Centro-Oeste do Estado, onde o volume superou os 250 mm. “Nessa região, também foram registradas algumas perdas devido à
debulha de vagens e ao transbordamento de cursos d’água, afetando diretamente as lavouras”, aponta a Emater/RS-Ascar.

Em relação às lavouras remanescentes, 28% estão em maturação e 6% enchimento de grãos. A estimativa da produtividade permanece em 3.329 kg/ha. Após um pico de rendimento, observa-se uma tendência de redução na produtividade nas lavouras à medida que a colheita avança para o terço final. “É percebida a partir do início da colheita de lavouras mais tardias, afetadas por problemas fitossanitários, especialmente ferrugem-asiática. Contudo, essa situação não compromete a safra atual, que é considerada bastante satisfatória”, avalia o documento.

Logística

O atraso na colheita e as curtas janelas favoráveis causaram transtornos logísticos em alguns pontos do estado. Na Fronteira Oeste e na Metade Sul, onde a colheita do arroz também está atrasada, há problemas como escassez de caminhões para o transporte da safra de soja, aumentos nos preços do frete e escassez de máquinas colhedoras, atrasando ainda mais o processo.

Situação semelhante ao Baixo Vale do Rio Pardo, onde apenas 35% da área foi colhida. Esse atraso se deve, em parte, à escassez de colhedoras e caminhões e também pelo difícil acesso a áreas devido a umidade do solo.

Na região de Santa Rosa, devido a umidade elevada, houve transtornos com os
grãos depositados nas moegas, causados pela baixa capacidade de escoamento. A Emater/RS-Ascar relata que a situação provocou grandes filas e atrasos na descarga, afetando também a colheita em algumas lavouras com menor logística de transporte ou capacidade de armazenamento.

Milho

A colheita do milho avançou pouco em relação ao período anterior, apenas 4 pontos percentuais, atingindo 82% da área no estado. Os produtores seguem priorizando a colheita da soja e as chuvas continuam, o que dificulta a operação. A área de cultivo está estimada em 812,7 mil hectares e a produtividade atual em 6.464 kg/ha.

“Os preços recebidos pelos produtores têm se apresentado inferiores ao desejado. A remuneração, por vezes insatisfatória, somada aos riscos de estiagem e à incidência elevada de pragas – especialmente cigarrinha –, afetam a intenção de plantio da próxima safra, que poderá sofrer redução de área”, alerta o Informativo.

Com informações da Emater/RS-Ascar