A tradição do cultivo da erva-mate em Viadutos, município situado na Região Norte do Rio Grande do Sul, será celebrada nesta quarta-feira (28), com a realização da Festa da Colheita da Erva-Mate – Safra 2025. O evento será realizado na propriedade da família Tochetto, na Linha São Joaquim, referência regional na produção da erva-mate desde 1930. No evento, será discutido sobre as experiências dos produtores na produção e no manejo de ervais, ampliando o conhecimento do público.
A Festa da Colheita da Erva-Mate é promovida pelo Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Emater/RS-Ascar e prefeitura de Viadutos. Conta ainda com apoio de entidades locais e regionais e o patrocínio de cooperativas e instituições financeiras.
Árvore símbolo do Rio Grande do Sul, a erva-mate é reconhecida como patrimônio cultural imaterial desde junho de 2023, pelo seu valor histórico, social e econômico, herança cultural dos Guarani. Parte da identidade do povo gaúcho, a planta é utilizada na produção de bebidas tradicionais, como o chimarrão, e pela indústria cosmética, química e farmacêutica.
No RS, a erva-mate é valorizada como elemento atrativo de turismo rural, a partir dos cinco polos ervateiros, que constituem as rotas turísticas do Alto Uruguai (com sede em Erechim), Nordeste Gaúcho (com sede em Machadinho), Alto Taquari (com sede em Ilópolis), Missões/Celeiro (com sede em Palmeira das Missões) e Região dos Vales (com sede em Venâncio Aires).
A produção da erva-mate ocorre em 219 municípios gaúchos, o que corresponde a aproximadamente 45% do total de cidades do Estado, segundo informações da Emater/RS-Ascar. A maior concentração da produção está nos municípios situados ao norte, com a região do Alto Taquari, representando 70% do volume.
Em números absolutos, os dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), pesquisa produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostravam que o Rio Grande do Sul produziu 210 mil toneladas da planta em 2022. Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, é reconhecida como a capital nacional do chimarrão. Já Ilópolis, do Vale do Taquari, é a terra da erva-mate.
Sustentabilidade na produção
No Rio Grande do Sul, a cadeia produtiva da erva-mate é fonte de renda para muitos agricultores, e desempenha papel importante na economia local. “Investir na qualificação dos processos de cultivo, colheita e beneficiamento é essencial para agregar valor ao produto, fortalecer a imagem do Estado como referência em qualidade e assegurar a sustentabilidade da atividade”, explica Bruna Bresolin, extensionista rural da Emater/RS-Ascar.
A erva-mate se destaca por suas propriedades funcionais, sendo fonte de compostos antioxidantes e estimulantes naturais. Além disso, a cadeia produtiva da erva-mate contribui para o desenvolvimento sustentável, promovendo a geração de emprego e renda, o fortalecimento da agricultura familiar e a preservação dos biomas Pampa e Mata Atlântica.