Mercado Hortigranjeiro

Conab avalia impactos das chuvas na produção de frutas e hortaliças no Rio Grande do Sul

O longo período chuvoso gerou um impacto negativo na produção, além dos alagamento em algumas regiões produtoras

Foto de verduras em banca.
A maioria dos produtos teve a cotação dos preços estáveis na Ceasa-RS – Porto Alegre | Foto: Alexandr Podvalny/Unsplash

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou no 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), publicado nesta segunda-feira (20), uma avaliação da situação do abastecimento das frutas e hortaliças no Rio Grande do Sul, mostrando as consequências dessas condições extremamente adversas para o plantio, escoamento e comercialização desses produtos.

A análise conta com informações de entidades representativas do setor, como as Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), Ceasa Serra ADCOINTER – Caxias do Sul e a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS).

As operações comerciais realizadas na Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio Grande do Sul na capital Porto Alegre foram transferidas para a cidade de Gravataí. Ainda assim, os problemas logísticos dificultam fazer chegar os alimentos até a Central e os consumidores conseguirem se abastecer e retornar para seus estabelecimentos comerciais para ofertá-los à população. Por outro lado, a Ceasa em Caxias do Sul está operando de forma normal, pois não foi atingida pela inundação. Contudo, o volume comercializado está menor, uma vez que muitos produtores foram atingidos.

Já com relação à produção dos alimentos, para as folhosas, segundo a Emater/RS, o cenário em diversas regiões do estado é de impacto negativo pelo longo período chuvoso, com alagamentos em algumas regiões produtoras. Até em ambientes protegidos o desenvolvimento tem sido comprometido pela elevada umidade com baixa luminosidade. Outro problema é a impossibilidade de realizar o manejo das áreas para a reconstrução de canteiros na maior parte do período.

Verificam-se perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica. Na Fronteira Oeste, os produtores de alface de Uruguaiana relatam perda de 50% da produção em função do longo período chuvoso.

Frutas

Para as frutas, uma das preocupações são com os citros. De acordo com a empresa de assistência técnica e extensão rural gaúcha, em Santa Rosa, grande parte das plantas cítricas apresenta carga e frutos pequenos, além da presença de cochonilha, ácaro e pulgão. No município há oferta de variedades precoces de bergamota Okitsu, Ponkan e Satsuma e de laranja do céu. Já em Soledade, verifica-se atraso no desenvolvimento e na maturação de frutos por falta de luminosidade, além de baixa qualidade.

Preços

Apesar dos problemas de logística e produção encontrados na Ceasa-RS – Porto Alegre, a maioria dos produtos teve a cotação dos preços estáveis no comparativo com os preços anteriores às enchentes. As altas mais destacadas, no dia 15 de maio, foram da rúcula, couve, morango e beterraba. Já na Ceasa Serra, em Caxias do Sul, a partir dos dados informados ao Prohort, na média das cotações coletadas no dia 7 e 14 de maio, de 48 produtos acompanhados, 35 tiveram alta, 4 mantiveram os preços e 9 tiveram queda quando comparados com abril.

Fonte: Conab