Câmara Setorial do Arroz

Entidades gaúchas criticam medidas para importação de arroz

Produtores afirmam que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro

Foto de colheitadeira de arroz despejando grãos em carreta graneleira.
84% das áreas foram colhidas antes das chuvas | Foto: Rogério Cantarelli/Irga

Entidades ligadas a produção gaúcha de arroz participaram de reunião extraordinária da Câmara Setorial do Arroz, realizada de forma remota nesta terça-feira (21) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). No encontro, a cadeia produtiva afirmou que o arroz gaúcho é suficiente para abastecer o mercado brasileiro e defendeu que a importação do grão é desnecessária.

A safra 2023/2024 de arroz do Rio Grande do Sul deve ficar em torno de 7,1 milhões de toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações que o estado sofreu em maio. O número é bem próximo ao registrado na safra anterior, de 7,2 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)

“Quando as enchentes ocorreram no Rio Grande do Sul, a safra de arroz já estava 84% colhida, restando 142 mil hectares a colher. Destes, 22 mil hectares foram perdidos e 18 mil ficaram parcialmente submersos. Entre os grãos estocados nos silos, houve comprometimento de 43 mil toneladas”, enumera o presidente do Irga, Rodrigo Machado.

Perdas

A Depressão Central concentrou as maiores perdas de arroz no estado. “Os produtores da região já tinham perdido toda a safra no plantio, tiveram que replantar. Lá será preciso fazer algo a mais, linha de crédito, seguro para atender a esses produtores, porque eles perderam não só a safra, mas suas casas, máquinas e animais”, comentou o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.

Importação

No início do mês, o Governo Federal publicou uma medida provisória autorizando, em caráter excepcional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até um milhão de tonelada de arroz para recomposição dos estoques públicos, com o objetivo de evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto. Nesta segunda-feira (20), o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou proposta para zerar o imposto de importação de três tipos de arroz. O governo reafirmou que o objetivo é evitar que a oferta nacional  seja comprometida pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Integrantes da cadeia produtiva consideram preocupante a retirada da TEC até o fim deste ano. “A TEC vai acabar desestimulando o produtor e teremos nova redução da área cultivada no estado. Para vender arroz a 4 reais, o produtor vai receber abaixo do custo de produção, não vai se pagar”, destacou Alexandre.

O coordenador da Câmara Setorial, Francisco Schardong, participará da reunião da Câmara Setorial Nacional do Arroz nesta quarta-feira (22) para falar sobre a produção no RS.

Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), Badesul, Banco do Brasil, Banrisul, Bolsa Brasileira de Mercadorias, BRDE, Emater/RS-Ascar, Famurs, Farsul, Federarroz, Fiergs, Irga, Sicredi, Sindicato das Indústrias do Arroz de Pelotas (Sindapel) e Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz).

Com informações da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação