A segunda safra de milho de 2024 começou cercada de dúvidas e incertezas. A principal delas era a janela de semeadura, ameaçada pelos atrasos no plantio da soja 2023/24 devido à falta de chuvas. No entanto, muitas regiões acabaram tendo um encurtamento do ciclo da soja, o que ajudou no início do plantio da safrinha, que até o momento está adiantado.
De acordo com o levantamento da Conab, até o dia 24 deste mês, a semeadura da segunda safra de milho no Brasil estava em 59% do total estimado, superior aos 48,7% registrados no mesmo período do ano passado. Os estados mais avançados na semeadura são Mato Grosso (77,4%), Paraná (55%), Goiás (49%), Tocantins (45%), Mato Grosso do Sul (40%), Minas Gerais (26,3%), Maranhão (12,5%), São Paulo (10%) e Piauí (2%).
Seca e chuvas
O analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, aponta que a seca que prejudicou a soja acabou beneficiando o milho, pois encurtou o ciclo da oleaginosa e antecipou o plantio da safrinha, que consequentemente pegou um período de menor risco climático.
Nesse momento, com essas chuvas durante essa semana, mantem esse viés positivo em relação ao desenvolvimento da safra que está sendo plantada. Até esse momento não temos problemas com a safra brasileira, mas não podemos esquecer que temos que ter essa favorabilidade de clima nos próximas meses para que esse desenvolvimento continue satisfatório”, diz Sene.
Perspectivas
A Conab estima que a produção da segunda safra de milho 2024 seja de 91,2 milhões de toneladas, 2,4% inferior à safra recorde de 2023. No entanto, o clima e a tecnologia utilizada ainda podem influenciar na produtividade final.