A colheita do trigo finalmente está evoluindo para o fim no Rio Grande do Sul. O índice saltou de 52%, na semana anterior, para 78% das áreas nesta semana, de acordo com o Informativo Conjuntural divulgado hoje (24) pela Emater/RS-Ascar. Até o momento, a safra está sendo classificada como excepcional e a produtividade deve ser superior à projeção de 3.210 kg/ha. Além disso, já é considerado certo que a estimativa de produção mais recente, de 4,6 milhões de toneladas, será alcançada, ainda podendo ser superada. O número é um recorde para o estado, que registrou a maior safra da história até então no ano passado, com mais de 3,4 milhões de toneladas.
“Quando estiver colhido e armazenado, aí sim nós devemos ter a consolidação desses números que são realmente diferenciados em relação àquilo que o estado tradicionalmente produz. É um cultura de risco, mas neste ano, realmente nós fomos privilegiados, tanto que há um atraso na colheita porque a cultura não teve grandes dificuldades em termos de doenças”, explica o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri, em participação na live Destaque em Pauta.
Diversos fatores são apontados para o crescimento da produção no estado gaúcho, principal produtor nacional. O primeiro deles é o próprio aumento da área, que é a maior em mais de 40 anos e chegou a mais de 1,4 milhão de hectares. Esse investimento decorre de um cenário favorável ao cultivo. “Nós viemos de uma estiagem de soja. A primeira alternativa que o produtor teve para restabelecer as questões financeiras foi a cultura de inverno. Agregado a isso, temos os preços favoráveis e produtores também compreendendo que você tem que ter um sistema de produção, utilizando aquele tripé que nós temos como mantra: planejamento profissionalismo e gestão”, aponta Rugeri.
Apesar de um atraso inicial, que concentrou a época de plantio e preocupou produtores, a cultura encontrou condições climáticas favoráveis, com pouca chuva e ausência de frio excessivo, principalmente em outubro e novembro. “Tal cenário dificultou a proliferação de doenças e permitiu a finalização da maturação em condições fitossanitárias adequadas. Também, a colheita pôde ser realizada em condições ótimas para a manutenção da qualidade dos grãos”, afirma o Informativo Conjuntural.
Além do trigo, outras culturas de inverno estão finalizando a safra e registrando resultados excelentes, como a cevada, que deve ter uma supersafra. “Nós temos um ano diferenciado nas condições climáticas aqui no estado para as culturas de inverno. Nós temos uma evolução tecnológica que permite também que nós não tenhamos uma grande dificuldade. Você tem manejo, tem conhecimento e genética que diminuem os riscos. Mas esse ano, pelo andar das condições climáticas, nós temos sim um ano diferenciado na grande maioria das culturas de inverno”, conclui o diretor.