Trigo

Rio Grande do Sul deve ter maior área de trigo em 42 anos e bater recorde de produção

Aumentando as expectativas para uma recuperação após a estiagem, a estimativa da área de trigo do Rio Grande do Sul aponta para um crescimento de 15,04% em relação ao ano passado. O número representa uma área de 1,4 milhão de hectares. Caso as projeções se confirmem, essa será a maior área da cultura em 42 anos, desde 1980.

A estimativa para a produção indica o recorde de 3,9 milhões de toneladas, superando a produção do ano passado, de 3,5 milhões toneladas, em 12,53%. Já produtividade estimada, baseada na média dos últimos dez anos, aponta queda de 2,17%, resultando em 2,82 t/ha.

Os números foram apresentados hoje (07) pela Emater/RS-Ascar em coletiva de imprensa híbrida, presencial e virtual, que divulgou a estimativa inicial para a Safra de Inverno. “Depois de uma estiagem que assolou o nosso estado no verão, certamente é um momento importante”, disse o Presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar, Edmilson Pedro Pelizari. O assessor especial da Secretaria da Agricultura, Paulo Roberto da Silva, demonstrou otimismo. “É motivo de satisfação ver que os números estão a demonstrar a plena recuperação da safra de grãos no Rio Grande do Sul. Estamos pedindo que o clima nos ajude desta vez, para que os produtores tenham todas as condições para fazer uma excelente safra de inverno”, disse Silva.

Trigo

Entre os fatores que estimulam o aumento da área de trigo, o Diretor Técnico, Alencar Paulo Rugeri, cita políticas de fomento, o Programa Duas Safras e o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a cultura. “O conjunto é favorável e tem a oportunidade, o produtor com certeza não volta a diminuir a área”, afirmou. Além disso, ele acredita que o agricultor está capitalizado e se especializando no cultivo de trigo.

No entanto, o aumento da área também está sendo creditado aos valores do mercado, com a valorização decorrente da guerra na Ucrânia, e pela busca dos produtores pela recuperação após os prejuízos da estiagem. “É um momento de recuperação. Temos custos acima daquilo que se previa, uma questão de crédito [..]. É um momento que exige bastante da gestão, ela tem que ser muito atenta”, destaca Rugeri.

Em relação ao clima, há otimismo com a “tendência da melhoria do tempo com diminuição das chuvas para que se possa fazer o plantio dentro do período adequado”, conforme o diretor. Apesar da tensão pelo atraso no início do plantio, a concentração pode trazer reflexos tanto negativos quanto positivos, conforme o desenvolvimento da safra. “Não vejo grandes prognósticos adversos em relação ao clima”, destaca.

Safra de Inverno

Refletindo o aumento do trigo, a Safra de Inverno deverá dispor de uma área 14,6% maior em relação ao ano passado, totalizando 1,8 milhão de hectares. Também é esperada uma produção histórica, com aumento de 11,9% em relação a 2021, resultando em 5 milhões de toneladas de grãos. A maior parte da produção é de trigo, com 3,9 milhões de toneladas. Em seguida, 870,2 mil toneladas são de aveia branca, 108,6 mil toneladas de cevada e 91,3 mil toneladas de canola.

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