Rodeio Crioulo

Senado aprova Rodeio Crioulo como cultura popular

O Senado aprovou a regulamentação do Rodeio Crioulo como atividade da cultura popular, incluindo a proteção da saúde dos animais.

homem em cima de um cavlo crioulo
Regulamentação da atividade como cultura inclui cuidados com bem-estar dos animais e seguro para praticantes | Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC

O Senado aprovou a regulamentação do Rodeio Crioulo como atividade da cultura popular, incluindo a proteção da saúde dos animais. Essa é uma das medidas previstas no Projeto de Lei (PL) 6.575/2019, do deputado Giovani Cherini (PL-RS), aprovado nesta quarta-feira (18) em votação simbólica no Plenário e que vai à sanção presidencial. 

Anteriormente, a Comissão  de Educação (CE) havia aprovado o parecer favorável do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). O parlamentar defendeu a aprovação desse tipo de rodeio como parte da cultura popular

“Estabelecem-se garantias técnicas e procedimentais para que os rodeios e suas atividades se realizem com segurança e respeito aos animais, medidas que devem ser difundidas em todo o território nacional”, argumentou Mourão. 

Ele ressaltou que a preocupação com a saúde dos animais também está refletida na observância da legislação sobre defesa sanitária. O texto prevê ainda questões envolvendo a infraestrutura do rodeio, peças utilizadas nas montarias, e seguro de vida e invalidez para os vaqueiros.

O senador gaúcho afirmou que durante os rodeios são exibidas várias manifestações culturais, como a dança, a chula (sapateio característico e exclusivo de peões), a declamação, a trova (criação e improviso de versos cantados), as vestimentas típicas, além da exposição de animais como gado campeiro e cavalos crioulos

Origens

O rodeio começou a ser praticado na segunda metade do século 19, com concursos e exibições do laço e outras habilidades dos vaqueiros do norte do México e do oeste dos Estados Unidos.  

No Brasil, foi desenvolvido o “rodeio country”. Em 1956, foi realizada a primeira Festa do Peão de Boiadeiro em Barretos, São Paulo. A cidade tinha frigoríficos para abate do gado que cruzava as estradas de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.  

Já no Rio Grande do Sul, também na década de 1950,  foi criado o Rodeio Crioulo, que agregou manifestações tradicionais do campo, enquanto o rodeio country enfatizava o esporte competitivo, com premiações. A prática gaúcha passou a estimular o convívio entre os amantes dos costumes tradicionais da região, passando pela música, dança, gastronomia e jogos. 

Os animais fazem parte das atividades de montaria, provas de laço, gineteadas (permanência sobre o cavalo, sem cela), pealo (laçar um cavalo ou bovino pelas patas), chasque (espécie de corrida de revezamento sobre cavalo), cura de terneiro (consiste em derrubar e imobilizar um bezerro com as mãos e pernas), provas de rédeas e outras provas típicas da tradição gaúcha, que avaliam a habilidade do homem e o desempenho do animal. 

Os cerca de 3 mil Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) espalhados pelo Brasil ajudam a preservar essas tradições.

Fonte: Agência Senado