Bovinocultura de corte

Projeto-piloto em Hulha Negra testa diferentes formas de rastreabilidade bovina

Ideia é colocar à prova o sistema de rastreabilidade que já existe e também avaliar os novos desenvolvimentos

Imagens dos peões tocando o gado.
Projeto-piloto em Hulha Negra testa difrentes formas de rastreabilidade bovina | Foto: Seapi/Divulgação

A rastreabilidade individual bovina é uma das principais frentes de modernização da defesa agropecuária no Estado do Rio Grande do Sul. A identificação eletrônica de cada animal permite o acompanhamento preciso de sua origem, movimentações e destino, fortalecendo a credibilidade do sistema produtivo gaúcho. Coordenada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a iniciativa busca garantir maior controle sanitário, transparência na cadeia produtiva e ampliação de mercados internacionais.

O projeto-piloto em andamento no Centro de Pesquisa Iwar Beckman (Cesimet), localizado em Hulha Negra, na Campanha Gaúcha, tem papel fundamental nesse processo. A unidade serve como campo experimental para testes de identificação eletrônica, desde o uso de michochips até a identificação biométrica nasal, integração de dados em tempo real e validação dos fluxos de informação entre produtores e o sistema oficial.

O secretário adjunto da Seapi, Márcio Madalena, afirma que o fato de Rio Grande do Sul já vir trabalhando com projeto-piloto de identificação individual de bovinos no Estado, contribui para a modernização do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA). “Estamos em constante construção e conversa com o setor produtivo. Nós podemos fazer com que o Rio Grande do Sul seja um dos estados pioneiros na implementação da rastreabilidade bovina no País”, assinala.

Teste de rastreabilidade

A presença de técnicos capacitados, somada à estrutura de pesquisa já existente no centro e equipe dedicada do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul [Procergs], proporciona um ambiente ideal para a consolidação da rastreabilidade como política pública robusta, segura e funcional”, destaca o diretor adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes.

Lopes adianta que a ideia é colocar à prova o sistema de rastreabilidade que já existe e também testar os novos desenvolvimentos que estão sendo feitos, para se ter uma prévia de como o sistema está se comportando na prática. O projeto-piloto no Cesimet iniciou em outubro do ano passado e não tem prazo para terminar.

Na verdade, este projeto-piloto deve se expandir para mais propriedades do Estado, provavelmente a próxima será no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor [IPVDF)] em Eldorado do Sul. E devemos também realizar um piloto expandido com propriedades privadas ainda esse ano”, afirma o diretor adjunto.

O PNIB

O Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB) foi lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em dezembro de 2024. A iniciativa tem como principais objetivos qualificar e aprimorar a rastreabilidade ao implementar um sistema de identificação individual que permitirá acompanhar e registrar o histórico, a localização atual e a trajetória de cada animal identificado.

Resultado de uma parceria entre os diversos elos da cadeia pecuária, o PNIB será implementado de forma gradativa. Os dados serão lançados no sistema pelos próprios pecuaristas, com o apoio das certificadoras, se estes assim o desejarem. A implementação do PNIB será gradual e ocorrerá ao longo dos próximos sete anos. Entre 2024 e 2026, será construída a base de dados nacional. A partir de 2027, todas as fêmeas nascidas terão de ser identificadas por ocasião da vacinação contra a brucelose. A previsão é atingir todo o rebanho até 2032.