Pecuária

Produção das culturas de 1ª safra pode chegar a 289,8 milhões de toneladas

A estimativa é de 71,8 milhões de hectares semeados no país

A semeadura das culturas de primeira safra avança por todo o país, impulsionada pelos bons volumes de chuvas. O Brasil deve produzir 289,8 milhões de toneladas de grãos, 14,7% ou 37 milhões de toneladas superior ao obtido em 2020/2. A segunda estimativa para o ciclo 2021/2022, divulgada nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ainda prevê aumentos na produção de soja, milho, algodão e feijão.

A estimativa para esta safra é de 71,8 milhões de hectares semeados em todo o país, um crescimento de 4,1% em comparação à safra anterior. Nesse total, estão incluídas as culturas de primeira safra, semeadas entre agosto e dezembro de 2021, as de segunda safra, semeadas entre janeiro e abril de 2022, e as culturas de terceira safra, semeadas entre meados de abril e junho de 2022.

Culturas

É estimado um aumento na produção de soja, com crescimento de 3,5% na área a ser cultivada, e de milho, sobretudo o de segunda safra, que foi severamente afetado pela situação climática adversa na safra anterior. No caso da oleaginosa, a produção estimada é de 142 milhões de toneladas, mantendo o país como o maior produtor e exportador mundial. Quanto ao milho, o volume total de produção deve chegar a 116,7 milhões de toneladas, com aumento de 2,5% na área a ser cultivada com a cultura de primeira safra.

Quanto ao algodão, é prevista uma ampliação de 9,3% na área a ser semeada, chegando a 1,49 milhão de hectares, resultando em uma estimativa de produção de 2,65 milhões de toneladas de pluma. O arroz traz um crescimento de 0,3% na área a ser semeada e previsão de 11,5 milhões de toneladas. Já para o feijão, a estimativa é de 3,6% a mais na produção da primeira safra, totalizando um milhão de toneladas, somando-se os tipos cores, caupi e preto. A produção total da leguminosa no país, somando-se as três safras, é estimada em 3,1 milhões de toneladas. No caso do trigo, a safra 2021 ainda está sendo colhida, com um volume de produção previsto atualmente em 7,68 milhões de toneladas.

Devido às indefinições em relação à produtividade a ser obtida das culturas que ainda serão cultivadas, a Conab utilizou métodos estatísticos para o cálculo das estimativas das produtividades das diferentes culturas neste levantamento.

Mercado

Com relação ao mercado externo, o algodão em pluma e a soja seguem com cenário positivo. Neste levantamento, a Conab manteve estável em 2,1 milhões de toneladas a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/21. Já para a soja, a estimativa é que sejam embarcadas 84,42 milhões de toneladas, 1,74% a mais em relação ao último levantamento e 3,58% em relação a 2020.

Para o milho, foi reduzida a estimativa de 20 milhões de toneladas exportadas para o ano safra, que vai de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022. Quanto ao trigo, a estimativa dos estoques de passagem é de 790 mil toneladas, uma queda de 27,6%, em função dos problemas que afetaram a produtividade. Embora tenha havido queda, a projeção é de recuperação dos estoques em relação ao último ano safra, finalizado em agosto deste ano.

Em relação aos preços recebidos pelos produtores nas principais praças, observou-se no levantamento realizado pela Conab as seguintes reduções no mês de outubro, em comparação com o mês de setembro: diminuição de 4,4% na cotações do arroz no RS; de 6,04% no feijão cores em SP; de 6,63% no feijão preto no PR; de 3,04% no milho no PR; redução de 0,51% no preço do trigo no PR; e ainda de 3% para a soja em MT. Por outro lado, as elevações de preços para os produtores foram de 0,92% na soja do PR, de 2,8% do milho no MT e de 10,98% nos preços do algodão em MT.

Quadro de Oferta e Demanda

Neste levantamento de safra a Conab também divulgou os quadros de oferta e demanda da soja para as safras 2020/21 e 2021/22. Durante este intervalo, a Companhia promoveu ajustes metodológicos. Entre eles, a revisão da produção anunciada em agosto de 2020, quando ocorreu uma reavaliação dos dados primários, fato que indicou a necessidade de um ajuste na produtividade das safras 2013/14 a 2019/20.

Fonte: Conab e Secex | Nota: Estimativa em novembro/2021; Estoque de Passagem: 31 de dezembro.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, a semeadura da soja chega a apenas 2% até realização do levantamento. Devido às condições adequadas de umidade do solo e da ocorrência de dias secos nos últimos dias, era esperada uma evolução rápida a partir da última semana de outubro, concentrando as operações até o dia 15 de novembro.

As condições climáticas proporcionaram a redução na produtividade de trigo no estado e, principalmente, na qualidade dos grãos colhidos. Até o momento, 16% da área estadual já está colhida, com outros 42% das lavouras em fase de maturação, 41% em final de enchimento de grãos e 1% em floração.

Por outro lado, o tempo contribuiu para a semeadura do milho, que evoluiu de 55% em setembro para 64% em outubro. O potencial produtivo, até o momento, está muito próximo do máximo, sem registro de importantes intercorrências. Em boa parte do estado, a semeadura das lavouras do cerrado já foram concluídas, nas demais segue em evolução. Com 96% da área semeada em desenvolvimento vegetativo e 4% em emergência, em alguns dias deve-se ter o registro das primeiras lavouras a iniciar florescimento, ou seja, a cultura já se encontra em fase crítica de definição do rendimento. As expectativas para a cultura na primeira safra, da temporada 2021/22, são do plantio de 4.457,2 mil hectares, acréscimo de 2,5% em relação à safra passada, e uma produção de 28.600,6 mil toneladas, incremento de 15,7% quando comparada com o exercício anterior.

As condições meteorológicas de outubro também, permitiram um grande avanço na semeadura do arroz, que chegou aos 60% semeado no final de outubro. Apesar disso, episódios de chuvas intensas, ocorridas em meados de outubro, retardaram a semeadura pelo excesso de água nas lavouras, praticamente em todas as regiões. Com a drenagem e ausência de novas chuvas volumosas, esperava-se que a semeadura voltasse a ganhar ritmo a partir da última semana de outubro. Em relação à safra anterior, há um relativo atraso na evolução da semeadura, embora isso ainda não seja preocupante, do ponto de vista de produtividade nem de intenção de área de cultivo. A projeção inicial de área foi mantida em 968,7 mil hectares. Com a recuperação dos níveis das barragens, há grande possibilidade que essa estimativa seja efetivada.

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)