O Brasil deve atingir novos recordes de produção e de exportação de aves e suínos em 2024. Apesar do resultado positivo, a receita vem recuando, considerado um resultado da desvalorização do real frente ao dólar.
Esse aumento dos embarques está ancorado na abertura de mercados e na diminuição exportações de concorrentes, de acordo com informações e dados apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (01).
A China, apesar de ter reduzido as importações do Brasil de carne suína e de frango, segue como principal parceiro comercial do Brasil. A expectativa é de que o país siga nessa posição. Ainda assim, a ABPA considera que há uma diversificação estável de mercados para o Brasil.
Carne de Frango
Para carne de frango são esperados aumentos de produção, exportação, disponibilidade e consumo per capita em 2024 e 2025.
A produção deve crescer 1,8% em 2024, passando de 14,8 milhões de toneladas em 2023 para entre 15 e 15,1 milhões de toneladas em 2024. Um aumento maior é projetado para 2025, com estimativa de entre 15,2 a 15,3 milhões de toneladas, aumento de 2,3%.
Maior exportador de carne de frango do mundo, o Brasil deve aumentar as exportações em até 2,2% em 2024, saindo de 5,1 milhões de toneladas em 2023 para até 5,2 milhões de toneladas em 2024, e 1,9% em 2025, chegando a 5,3 milhões de toneladas. Apesar desse aumento, em 2024 as exportações ficarão abaixo do esperado, que era de um aumento de até 5%.
A disponibilidade interna deve passar de 9,6 milhões de toneladas em 2023 para 9,8 milhões de toneladas em 2024 e 10 milhões de toneladas em 2025, aumento de 1,6% e 1,5%, respectivamente.
O consumo per capita deve ficar estável em 2024, com 45 kg per capita, mas pode aumentar em até 2% em 2025, passando para 46 kg per capita.
Carne Suína
A produção e exportação de carne suína também devem subir em 2024 e 2025. O aumento da produção deve ser de 1%, tanto em 2024 quanto em 2025. Em 2023, o país produziu 5,1 milhões de toneladas. Esse número deve chegar a 5,2 milhões de toneladas em 2024 e 5,250 milhões de toneladas em 2025.
As exportações apresentam maior aumento, podendo subir até 7,7% em 2024, passando de 1,2 milhões de toneladas em 2023 para 1,3 milhões de toneladas. Já em 2025, o aumento esperado é de 3,8%, podendo chegar a 1,3 milhões de toneladas. O país já registrou o melhor primeiro semestre de exportações de carne suína na história em 2024, com
A disponibilidade de carne suína e o consumo per capita devem se manter estáveis até 2025. A disponibilidade era de 3,9 milhões de toneladas em 2023 e deve ficar em 3,87 milhões de toneladas em 2024 e 2025. O consumo de 18,3 kg per capita deve passar para 18 kg per capita.
Rio Grande do Sul
A produção de carne suína e de frango no Rio Grande do Sul foi impactada pelas chuvas e enchentes registradas entre abril e maio no estado. A queda na produção de carne suína em 2024 está estimada em 2,1%, enquanto para a carne de frango o recuo chega a 4,8% no estado.
Newcastle
O impacto da suspensão da exportação de carne de frango devido à identificação de um caso isolado da Doença de Newcastle, em Anta Gorda-RS, em 17 de julho, segue dimensionado entre 50 a 60 mil toneladas, um impacto de 5% a 7% da produção nacional de carne de frango e de 15% das exportações do país.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que esse número não é considerado relevante e exaltou a transparência do Brasil na notificação do caso. “É um exemplo de confiança na indústria e no sistema brasileiro de inspeção do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e nas secretarias de agricultura estaduais. O Mapa já notificou a conclusão do foco da doença de Newcastle (DNC) à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Ovos
A produção de ovos brasileira deve crescer 8,5% em 2024, passando de 52,4 bilhões de unidades em 2023 para 56,9 bilhões de unidades em 2024. Em 2025, esse número pode aumentar 1% e chegar a 57,5 bilhões de unidades.
Já no quesito exportação, é esperado um recuo de 20%, passando de 25,4 mil toneladas para 20 mil. Para 2025, é esperada uma retomada de 1%, podendo chegar a 22 mil toneladas exportadas.
O consumo per capita no Brasil deve aumentar 8,5%, saindo de 242 unidades por habitante para 263, com expectativa de aumento de 1% em 2025, chegando a 265 unidades por habitante