Pecuária

RS teve inverno sem desconforto térmico para os rebanhos da bovinocultura de leite

A condição climática durante o inverno deste ano não trouxe desconforto térmico aos animais da bovinocultura de leite, apenas em episódios pontuais e localizados

vaca leiteira pastando
Durante o inverno, a ocorrência de fatores como chuvas, geadas e pouca incidência de radiação solar global podem interferir na alimentação dos animais | Foto: Joseani Antunes/Embrapa

A condição climática durante o inverno deste ano não trouxe desconforto térmico aos animais da bovinocultura de leite, apenas em episódios pontuais e localizados. Estes são os resultados das análises de dados publicadas no Comunicado Agrometereológico 75Especial Biometeorológico Inverno 2024, editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

O Comunicado analisa as condições meteorológicas ocorridas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. Utilizando o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), a publicação documenta e identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos, estimando os efeitos na produção de leite.

“Nas estações mais frias do ano, como nos invernos, normalmente os valores médios registrados de temperatura e umidade relativa do ar não oferecem condição ambiental que desencadeie situações de estresse térmico calórico para os bovinos leiteiros“, explica a pesquisadora Ivonete Tazzo, uma das autoras do Comunicado.

Por outro lado, durante o inverno, a ocorrência de fatores como chuvas, geadas e pouca incidência de radiação solar global podem interferir na alimentação dos animais. “São fatores que trazem impactos às pastagens nativas e cultivadas, ou à produção e ao armazenamento de silagem e de feno, afetando a saúde e o desempenho dos animais”, complementa Ivonete.

Neste inverno, as regiões Vale do Uruguai, Baixo Vale do Uruguai e Depressão Central registraram condições climáticas que propiciaram situações de estresse térmico nos rebanhos, mas em baixos percentuais.

Em Vacaria, localizado na região da Serra do Nordeste, situações de estresse térmico não foram registradas no mês de junho e julho, atingindo mais de 95% do total de horas em conforto em agosto. Passo Fundo (Planalto Médio), Caçapava do Sul (Serra do Sudeste), além de Bento Gonçalves (Serra do Nordeste) e Teutônia (Encosta Inferior da Serra), também não registraram condição de desconforto térmico durante o mês de julho. Nas demais regiões, o percentual de horas sem estresse térmico foi acima dos 90%.

Porto Vera Cruz, no Vale do Uruguai, foi o município em que foram registrados os maiores percentuais de desconforto da estação, incluindo situações de estresse térmico leve a moderado (média de 16%). “Foi também o único com a ocorrência de uma situação severa de estresse, mas em um percentual muito baixo de horas – 1,3% em junho e 3,2% em agosto”, contabiliza a pesquisadora. Situações emergenciais não ocorreram em nenhum dos municípios avaliados.

Estimativas potenciais de queda de produção diária de leite devido às condições meteorológicas ocorridas no inverno de 2024 foram mais elevadas em vacas de maior produtividade. “As maiores estimativas de declínio de produção diária de leite variaram de 16 a 18,5%, para o município de Porto Vera Cruz, durante o mês de agosto, caso medidas não fossem adotadas para mitigar os efeitos do ambiente sobre o desempenho dos animais“, destaca Ivonete.

Fonte: Emater