Corte

Bovinos: estiagem prejudica índices reprodutivos

Alguns locais os produtores precisam transportar água para os seus rebanhos para garantir o fornecimento mínimo.

As condições do tempo mais amenas da semana garantiram um maior conforto térmico aos rebanhos bovinos. Todavia, mesmo com a ocorrência das chuvas, as condições para dessedentação continuam muito precária e alguns locais os produtores precisam transportar água para os seus rebanhos para garantir o fornecimento mínimo.

De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e divulgado nesta quinta-feira (10) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr), estima-se comprometimento nos índices reprodutivos devido à estiagem prolongada, mesmo nas propriedades com maior nível tecnológico. Aumentam os relatos de infestações por ecotaparatidas, como carrapatos e miíases.

A oferta de pastos segue baixa, e já há diversos relatos de mortes de animais como consequência da estiagem. Portanto, a principal recomendação onde não há alimentos ou água suficientes é a redução significativa da lotação de animais.

Regionais

Na Fronteira Oeste, a situação da estiagem se agrava com a sequência de dias quentes e precipitações com baixos volumes. Em Itacurubi, há relato de morte de 14 animais no período e perda considerável de estado corporal do rebanho. Já na Campanha, onde os registros de chuvas estão sendo regularmente superiores na comparação com a Fronteira Oeste, dessa maneira, o estado corporal do rebanho está se mantendo estável com algum ganho nas propriedades com adequado manejo da lotação das pastagens e que dispõem de algum tipo de suplementação.

Não ocorreu chuva de volume suficiente para o rebrote e crescimento de pastagens nas Missões; permanecendo o quadro falta de forragem para pastoreio, reduzindo o ganho de peso, chegando em algumas propriedades a ter gado magro e morrendo no campo.

Na regional de Pelotas, em resposta a melhora dos campos, as matrizes em reprodução estão apresentando melhores índices. A situação das aguadas segue melhorando, aumentando a disponibilidade, exceto algumas que ainda requerem novas precipitações para recomposição total, principalmente na Região do Litoral.

Na de Caxias do Sul, a umidade do solo favoreceu o desenvolvimento das forrageiras e o estado corporal dos animais começa a melhorar. Na de Porto Alegre, a temporada reprodutiva com uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo está em sendo finalizada; dando início ao período de repasse com touro.

Ovinocultura

Apesar de recuperação parcial das pastagens após as chuvas, muitos animais ainda apresentam queda no escore corporal. No aspecto sanitário, seguem principalmente os cuidados em relação a verminose ovina e problemas de cascos. Até o final de março, todos os produtores devem realizar o tratamento da piolheira ovina, informando as Inspetorias de Defesa Agropecuária locais.

O período é de monta, que deve prosseguir até final de fevereiro. A tosquia está sendo finalizada, faltando apenas concluir a esquila de cordeiros. No entanto, a comercialização segue reduzida, tanto do animais, quanto do lã.

Comercialização

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o valor médio do boi para abate no Estado reduziu 0,72%; de R$ 11,09 para R$ 11,01/kg vivo, e o da vaca para abate reduziu 0,30%, de R$ 10,05 para R$ 10,02/kg vivo.

Para o cordeiro, o preço médio para abate no Estado reduziu em 2,64%, ficando em 9,97/kg vivo.