Ovos

Preços recordes, mas poder de compra do avicultor é o pior da história

O poder de compra seguiu pressionado devido à valorização mais intensa dos insumos frente aos ovos.

Durante a maior parte de 2021, o mercado de ovos registrou preços elevados, motivados pela demanda aquecida, pela oferta mais controlada e por repasses dos aumentos aos custos de produção; o que resultou em valores recordes para o produto, em termos reais. Mesmo assim, o poder de compra do avicultor de postura frente aos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja, seguiu pressionado (é o menor da história); devido à valorização mais intensa desses itens frente aos ovos.

As cotações dos ovos comerciais iniciaram 2021 com queda frente a dezembro do ano anterior. Nos meses subsequentes, porém, o movimento foi de alta, com a caixa de 30 dúzias do produto branco tipo extra, a retirar em Bastos (SP), atingindo R$ 135,51 na média de abril; o valor mais alto de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2013 (valores deflacionados pelo IPCA de novembro/21).

Ao longo de 2021, mesmo com alguns momentos de fortes recuos nos preços, principalmente no meio e no final do ano, os ovos se mantiveram valorizados; conforme o setor passou a planejar melhor a produção, ajustando a oferta de acordo com a demanda. Em 2021, o ovo branco tipo extra negociado em Bastos teve média de R$ 124,53/cx, avanço de 15,3% frente aos R$ 108,05/cx observados em 2020; e a maior média anual da série histórica, também em termos reais.

As altas nos preços dos ovos, no entanto, não foram suficientes para cobrir o elevado custo de produção. De acordo com cálculos realizados pelo Cepea, em 2021, o poder de compra do avicultor de postura frente aos principais insumos da atividade foi o pior da série histórica, iniciada em 2013.

Na comparação com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho em Campinas (SP), foi possível ao produtor da região de Bastos adquirir 78,24 quilos do cereal com a venda de uma caixa de ovos em 2021; quantidade 22,6% menor que em 2020. Na comparação com o farelo de soja, negociado no mercado de lotes de Campinas, foi possível a compra de 48,44 quilos do derivado com a venda de uma caixa de ovos em 2021; recuo de 8,9% frente ao ano anterior.