Os servidores do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi) concluíram a visita nas 540 propriedades rurais no raio de dez quilômetros do foco de influenza aviária, em uma granja comercial em Montenegro, no Vale do Caí. Além disso, também revisitaram 19 propriedades dentro do raio de três quilômetros que tem a presença de aves, conforme determina o Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária.
As sete barreiras sanitárias estão funcionando, 24 horas por dia, e já desinfectaram mais de 1,2 mil veículos. São duas barreiras na BR-386, uma no pedágio e outra na balança, uma ao norte na RS-124, outra na TF-10 no sentido Triunfo, e outras três em estradas vicinais, sendo uma de bloqueio.
Além das ações de vigilância ativa e barreiras de desinfecção, os servidores estão atuando em atividades de educação sanitária, com orientações em escolas e visitas em agropecuárias no raio de dez quilômetros do foco. “Conseguimos superar nossa expectativa e cumprimos a primeira vigilância ativa em quatro dias. E, a partir deste sábado, que fecham sete dias da primeira visita, começaremos a revisitar todas as propriedades no raio de dez quilômetros novamente.” Destacou a diretora do DDA, Rosane Collares.
Durante as atividades de vigilância, foi feita uma coleta em ave de subsistência em Montenegro e enviada ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP). O Estado aguarda o resultado do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os casos confirmados da doença são em Montenegro e em Sapucaia do Sul (RS), a 60 quilômetros do primeiro foco da doença, em cisnes silvestres e patos.
Mais de 100 animais morreram no Zoológico de Sapucaia do Sul. No criatório de reprodução comercial havia 17 mil aves divididas em dois galpões. 15.650 galinhas foram encontradas mortas. Outras 1358 aves foram sacrificadas.
O governo gaúcho divulgou que foi descartado o caso que era suspeito de Influenza Aviária em um dos três trabalhadores da granja de Montenegro, onde foi identificado foco da doença entre aves de um estabelecimento comercial. O homem teve contato com aves doentes. Ele foi colocado em isolamento domiciliar por conta dos sintomas gripais. O exame foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, laboratório de referência nacional para vírus respiratórios.
Investigações
Há oito investigações de suspeitas de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) no País. Do total, duas suspeitas estão localizadas em granjas comerciais, outras quatro em aves criadas para subsistência e mais duas aves de vida livre.
Ao todo, cinco estados têm animais sob investigação de terem contraído a gripe aviária por Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). São eles: Rio Grande do Sul, Tocantins, Santa Catarina, Ceará e Pará. As investigações estão em andamento com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.
Três casos em investigações são no Rio Grande do Sul. Um em Triunfo, em uma produção doméstica para subsistência, e outros dois em Derrubadas e Gaurama, em criações silvestres/vida livre. Uma suspeita foi descartada em aves de subsistência em Estância Velha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Fávaro ressaltou que, embora a expectativa fosse iniciar hoje (21) o chamado “marco zero” do ciclo de 28 dias previsto nos protocolos internacionais, será necessário adiar para amanhã, pois a desinfecção do matrizeiro comercial ainda precisa ser concluída. “A gente precisa garantir que os 28 dias de observação ocorram sem novos focos. Por isso, estamos reforçando as ações para que tudo esteja perfeitamente seguro”, completou.
Suspensões das exportações
A confirmação de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em Montenegro levou vários países a barrar as exportações brasileiras de carne de aves. Além da China e da União Europeia, suspenderam totalmente as exportações México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, União Euroasiática, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka, Paquistão, Filipinas e Jordânia.
Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia estabeleceram a suspensão para o Estado do Rio Grande do Sul, enquanto Japão e Arábia Saudita limitaram a suspensão apenas para o município de Montenegro.
Sobre a gripe aviária
A influenza aviária ou gripe aviária é uma doença viral que afeta principalmente aves, mas também pode infectar mamíferos, inclusive o ser humano. A transmissão ocorre pelo contato com aves doentes e também pela água ou pelos materiais contaminados.
O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul (SVO-RS) reforça que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença não é transmitida por meio do consumo. A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.
Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.