Ministro Alexandre Silveira propõe criação de agência global de biocombustíveis

O ministro Alexandre Silveira apresentou, nesta quinta-feira (18), uma proposta durante uma reunião com autoridades da Aliança Global dos Biocombustíveis, sugerindo a criação de uma agência global destinada a concentrar esforços para impulsionar a adoção de combustíveis renováveis na matriz energética mundial. Durante o encontro realizado em Davos, na Suíça, no âmbito do Fórum Econômico Mundial, Silveira destacou que a presidência do Brasil no G20 será fundamental para reafirmar o potencial brasileiro na produção de biocombustíveis e consolidá-los globalmente.

Com o Brasil assumindo a presidência do G20, Silveira ressaltou a oportunidade de consolidar os biocombustíveis como peças-chave na transição energética. Destacou as iniciativas brasileiras, como os mandatos para diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF), além do aumento na mistura de etanol e biodiesel, visando reduzir a dependência de derivados fósseis. Silveira afirmou que esse mercado desempenha um papel crucial nos aspectos econômicos, sociais e de sustentabilidade.

Fatih Birol, diretor da Agência Internacional de Energia (IEA), presente na reunião, reconheceu o comprometimento do governo brasileiro com o desenvolvimento do setor de biocombustíveis e sua importância na descarbonização da matriz de transportes. Destacou o potencial do etanol, biodiesel, biogás e biometano como alternativas sustentáveis.

A reunião, presidida pelo ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep Singh Puri, contou também com a participação de Roberto Bocca, Chefe do Centro de Energia e Materiais e Membro do Comitê Executivo do Fórum Econômico Mundial.

Durante o encontro, Silveira apresentou o Programa Combustível do Futuro, maior iniciativa de descarbonização da mobilidade global. A proposta, em tramitação no Congresso Nacional, busca integrar políticas públicas de mobilidade e adotar a análise do ciclo de vida do combustível. Além disso, introduz o SAF e o diesel verde na matriz energética, estabelece o marco legal para atrair investimentos na captura e estocagem de CO2, e propõe o aumento da mistura de etanol na gasolina para 30%. Durante a COP 28, o ministro anunciou o aumento do teor de biodiesel no diesel para 25%, com a expectativa de atrair R$ 200 bilhões em investimentos até 2037, conforme informações do Ministério de Minas e Energia.