A colheita do trigo está se aproximando de metade da área total cultivada nesta safra no Paraná. Conforme o processo avança, as estimativas de perdas causadas pela estiagem e pelas geadas aumentam, chegando a uma quebra 32% em relação à projeção inicial, de 3,8 milhões de toneladas. A estimativa atual aponta para a colheita de 2,58 milhões de toneladas em uma área de 1,15 milhão de hectares.
Os dados foram divulgados na Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) nesta quinta-feira (26). Em relação à safra passada, quando o estado alcançou 3,6 milhões de toneladas, a produção deste ano representa uma quebra de 30,5%.
Já a produtividade média do trigo tinha o potencial de atingir 2,7 mil kg/ha, o que foi reduzido para 1,8 mil kg/ha. De acordo com o relatório, apenas 25% das áreas de trigo no estado estão em boas condições, enquanto 41% estão em condições médias e 25% em condições ruins. Até o momento, 48% das áreas foram colhidas.
“Mesmo considerando os preços anteriores aos primeiros registros de problemas na safra, em meados de junho, um montante próximo a 1,3 bilhão de Reais pode deixar de chegar aos triticultores do Paraná, valor que pode ser amenizado apenas pelos contratos de seguro“, afirma o analista do Deral Hugo Godinho.
Cevada
Apesar de menos impactada pelo clima, a cevada também deve registrar perdas. O estado deve colher 291 mil toneladas, uma redução de 14% em relação ao potencial 340 mil toneladas. “O ciclo mais longo e a concentração das áreas no Sul do Paraná fez com que esta cultura tivesse uma resposta melhor às condições de tempo severas, especialmente a estiagem”, pondera Godinho.
Aveias
As perdas nas aveias devem ser maiores, estimadas em 26%. Esse número ainda pode ser reavaliado, devido à possibilidade de colheita em áreas alternativas, mas as perdas ainda devem ser expressivas.