Nos últimos dias, o plantio do trigo avançou e atingiu 69% da área total de 1,3 milhão de hectares projetada para o Rio Grande do Sul nesta Safra de Inverno. A semeadura progrediu de forma mais lenta em regiões com maior umidade relativa do ar e no solo, mas avançou com maior intensidade onde não ocorreram chuvas. Na média dos últimos cinco anos, nesta época do ano o plantio do trigo chegava a 85% da área, portanto a semeadura está atrasada nesta safra. No entanto, de acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (04) pela Emater/RS-Ascar, há perspectiva de conclusão dentro do período definido no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
Em Caxias do Sul, por exemplo, menos de 10% da área prevista de 42,7 mil hectares foi cultivada devido à alta umidade no solo. Esse atraso deve fazer com que alguns produtores desistam da cultura ou diminuam a área semeada. O receio é de que a colheita do trigo atrase e retarde a semeadura da soja.
Ainda assim, de forma geral, o clima está colaborando para as lavouras que já foram implantadas. “As baixas temperaturas nessa fase são favoráveis para a expressão de alto potencial produtivo do trigo, cujas últimas lavouras implantadas apresentam melhor emergência e estande de plantas. As geadas favorecem a sanidade da cultura, diminuindo a incidência de insetos e de doenças. Em relação ao controle de doenças foliares, iniciou a realização de aplicações preventivas. Houve necessidade de segundo manejo químico para controle de plantas nas áreas em que a dessecação foi realizada no início de junho”, afirma a Emater/RS-Ascar.
Aveia branca
Com estimativa de cultivo em 365,5 mil hectares na Safra 2024, a implantação da aveia branca foi finalizada com atraso em relação ao planejado pelos produtores, devido à recorrência de chuvas no período e à falta de sol. Por outro lado, essa situação, de maneira geral, não deve impactar os tetos produtivos da cultura.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a semeadura da aveia branca foi encerrada e as baixas temperaturas reduziram a infestação de pulgão, que já não é mais considerado um problema. Contudo, em muitas lavouras, em especial as que apresentam desenvolvimento mais adiantado, a Emater/RS-Ascar afirma que é bastante preocupante a incidência de ferrugem.
Canola
Assim como no caso do trigo, a semeadura da canola está atrasada e produtores já consideram desistir da cultura. Nesse, caso a opção seria implementar o trigo, cujo período de plantio finaliza em aproximadamente três semanas. Em Itacurubi, na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, apenas 25% da área total prevista de 1,9 mil hectares foi implantada, em razão dos 220 mm de chuvas registradas em junho. A estimativa é de que o estado cultive mais de 134,9 mil hectares de canola.
Essa área é 74,35% maior do que a safra passada. Na região de Santa Maria, onde a estimativa de plantio da canola é de 29,3 mil hectares, o crescimento na área está atribuído ao incentivo das cooperativas para o plantio de canola, aliado ao preço favorável no mercado e ao menor custo de implantação em comparação ao trigo, segundo o Informativo Conjuntural. Em Tupanciretã e Capão do Cipó, que possuem as maiores áreas na região, “todas as lavouras nesses municípios foram plantadas, porém enfrentam desafios em razão do excesso de chuva e solos erodidos”, afirma a Emater/RS-Ascar.
Cevada
A projeção inicial de cultivo da cultura é de 34,4 mil hectares. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, da área prevista de 12.460 hectares, 80% estão plantados e nas fases de emergência e início de crescimento vegetativo. A expectativa de preço contratado pela indústria cervejeira é de 15% acima do valor do trigo, que está em torno de R$ 75,00/sc. de 60 kg.
Na região de Frederico Westphalen, os 1,4 mil hectares destinados à cultura nesta safra estão em fase vegetativa e apresentam desenvolvimento satisfatório. Os elevados índices de umidade do solo favoreceram a realização da adubação nitrogenada em cobertura com eficiência, uma operação importante, já que aplicações mais tardias tendem a aumentar o teor de proteína nos grãos, o que é indesejado pelas maltarias.
Com informações da Emater/RS-Ascar