A NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), no relatório mensal publicado nesta quinta-feira (13), confirmou o fim do El Niño e a atual vigência da neutralidade, condição que deverá persistir ainda no início do inverno. A previsão probabilística indica chances de 60% de continuidade da fase neutra no trimestre junho/julho/agosto. Neste período de neutralidade, o resfriamento do Pacífico Equatorial continuará acontecendo de forma gradual. Já no trimestre seguinte, julho/agosto/setembro, sobe para 65% a probabilidade de La Niña. Desta forma, é bastante provável que o fenômeno se instale oficialmente durante o inverno.
Desde fevereiro, o fenômeno El Niño vinha perdendo intensidade, até condições neutras se instalarem na faixa equatorial do oceano Pacífico em meados de maio. O resfriamento das águas do Pacífico equatorial iniciou em abril, mas apenas na costa oeste da América do Sul. Quando este resfriamento se propagou para regiões mais centrais, a fase neutra ficou mais evidente.
A tendência é que o fenômeno La Niña persista durante todo o restante do ano de 2024, com pico provável para a primavera (trimestre de outubro/novembro/dezembro), e deverá ainda atuar até o verão de 2025.
Neste período de inverno, os primeiros efeitos do La Niña serão mais evidentes no que se refere à umidade baixa, pois o fenômeno favorece condições mais secas até meados da primavera, com chances de prolongamento do período seco até o início de outubro em áreas do interior do Brasil. O tempo seco persistente também favorecerá, neste primeiro momento, temperaturas mais altas e acima da média, com prováveis ondas de calor entre agosto e outubro.
No extremo norte, o La Niña deverá contribuir com um retorno antecipado das chuvas quando comparamos ao mesmo período de 2023; grandes porções do Norte do país podem ter chuvas acima da média já a partir de meados de outubro. Já no Sul, há maior propensão a tempo seco especialmente a partir da primavera. A chuva ainda poderá vir volumosa durante alguns períodos no inverno, mas a primavera e o início do próximo verão tendem a ser mais secos do que o mesmo período em 2023 nos estados do Sul do país.
As frentes frias e as massas de ar frio que as acompanham também ficam mais frequentes sob atuação do fenômeno, mas durante o inverno elas deverão esbarrar na grande massa de ar seco que se estabelece no interior do país. Dessa forma, temperaturas dentro a abaixo da média só são prováveis no extremo sul do Brasil. Áreas do Sudeste, especialmente sul e leste da região, terão aumento mais evidente no número de dias frios a partir de agosto – mas sempre alternando com períodos mais longos de temperaturas acima do normal.
Efeitos nas temperaturas médias, com valores mais próximos das médias históricas, tendem a ser mais evidentes apenas no final de 2024 e início de 2025.
Fonte: Climatempo