Após 50 dias de operação-padrão dos auditores fiscais federais agropecuários (affas), a fila de contêineres no Porto de Santos chega a cerca cinco mil unidades à espera de liberação, conforme o sindicato que representa a categoria. Responsáveis por permitir a entrada e saída de diversos produtos, os servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão em mobilização por reestruturação da carreira desde o final de dezembro do ano passado.
Eles reivindicam a realização de concurso público, reposição de perdas inflacionárias e equiparação salarial com outras carreiras de auditoria e fiscalização. “Também estamos mobilizados contra a aprovação do projeto de lei 1.293/2021, conhecido como PL do Autocontrole, que terceiriza atividades inerentes aos affas, de auditoria e fiscalização”, destaca Janus Pablo, presidente do ANFFA.
O porto, em São Paulo, é o maior complexo portuário da América Latina. Outro agravante, segundo a entidade, é a demora na emissão dos certificados que liberam o ingresso de produtos de origem vegetal e animal no exterior. Os certificados estão levando até 14 dias para serem emitidos, o que normalmente levaria 72 horas.
Além do impacto nos contêineres, também estão sendo afetados os navios graneleiros de trigo e fertilizantes para a importação. No caso da exportação, muitos contêineres e navios já encontram dificuldades na liberação das cargas nos países de destino, também por causa do atraso na emissão das certificações, gerando impacto no recebimento das vendas amparadas por carta de crédito.
De acordo com o ANFFA Sindical, que representa os affas em todo o Brasil, a situação de Santos é reflexo da mobilização e do desgaste imposto à carreira pela falta de pessoal. A categoria relata obrigação de cumprir turnos extras não compensados ou remunerados.
Com informações da ANFFA Sindical