Projeção

Exportações de milho devem sofrer queda de 11% no ciclo 2023/24

O relatório destaca que o volume de milhopermanece expressivo, seguindo uma tendência similar à da soja que poderá ser o 2º maior volume da história

Milho
Foto: Divulgação

A consultoria líder em agronegócio, Céleres, divulgou um relatório indicando que as exportações de milho devem apresentar um declínio significativo no ciclo 2023/24. Estima-se que o volume exportado diminuirá em cerca de 11%, passando de 56,1 milhões de toneladas na safra anterior para 49,8 milhões de toneladas na temporada atual. No entanto, apesar desse recuo, o relatório destaca que o volume ainda permanece expressivo, seguindo uma tendência similar à da soja, que tem potencial para alcançar o segundo maior volume da história, também em termos de valor.

De acordo com a análise da Céleres, a principal razão por trás dessa redução nas exportações de milho é uma diminuição na produção. Estima-se que haverá uma queda de 1,5 milhão de toneladas na safra de verão e 9 milhões de toneladas na safra de inverno, resultando em uma produção total de 119,5 milhões de toneladas em 2023/24, em comparação com as 130 milhões de toneladas produzidas no ciclo anterior.

Área plantada será a menor desde 2017/18

Além da redução na produção do cereal, a consultoria prevê que a área plantada também diminuirá, atingindo o menor patamar desde 2017/18. Essa diminuição é atribuída às margens menores do cereal, com uma previsão de queda de 700 mil hectares em relação ao ciclo passado, incluindo 500 mil hectares a menos no plantio da segunda safra.

Valor do grão ficará pouco abaixo do preço médio do ano anterior

Quanto aos preços, a Céleres observa que eles devem acompanhar a tendência de queda contínua na cotação internacional do grão. No entanto, destaca-se que, ao comparar contratos internacionais de milho praticados em setembro de 2023 com futuros referentes a setembro de 2024, há uma alta de 2%. Isso sugere que o preço médio de exportação do cereal em 2024 deve se manter entre US$ 220 e US$ 240 por tonelada, levemente abaixo do preço médio praticado no ano anterior.

Apesar da perspectiva de queda nas exportações, a consultoria projeta uma geração relevante de divisas com o cereal, estimando um valor de US$ 11 bilhões, frente aos US$ 14 bilhões recordes da temporada passada. Destaca-se ainda o papel crucial da China como compradora do milho brasileiro, superando parceiros tradicionais como Japão e Irã. A China importou 30% de todo milho exportado pelo Brasil em 2023, colocando o país como origem de três quartos do cereal importado pela China no período.