Em colaboração com Francisco Negrini
Na agricultura moderna, a presença contínua de um Engenheiro Agrônomo, ou seja, um Consultor Agrícola, comprometido com um cronograma rigoroso, é um diferencial crucial que poucos adotam. Muitos, porém, optam pela inércia, permanecendo em suas zonas de conforto. No entanto, é necessário reconhecer que essa postura está fadada a se tornar obsoleta em um contexto de constante evolução tecnológica e competitividade acirrada.
Por outro lado, a relação da lavoura com a presença constante de um consultor, com essa agenda sendo cumprida fielmente, é um diferencial que poucos Agrônomos apresentam. Hoje, é fator crítico de sucesso para esse consultor fazer e planejar as visitas técnicas buscando ganhar cada vez mais a confiança do seu cliente e o conhecimento das áreas agrícolas que ele monitora. Ficar na sombra dentro de um galpão ou no conforto de sua pick-up vai tornar esse consultor obsoleto, ou uma peça de museu em um breve espaço de tempo.
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A tecnologia avança a passos largos, enquanto a competição se torna mais intensa a cada dia. Nesse cenário, destacam-se aqueles que verdadeiramente se comprometem com seus clientes, em contraposição àqueles que se limitam a lamentar as dificuldades do mercado, a volatilidade de preços e a pressão competitiva. Os últimos, rapidamente, se tornarão irrelevantes.
É fundamental compreender os padrões de comportamento das pragas, como o percevejo e a lagarta, que tendem a ser mais ativos durante a manhã.
Por exemplo, o percevejo inicia seu ataque na parte superior das plantas ao amanhecer, migrando para as partes inferiores conforme o dia esquenta. A lagarta, por sua vez, tende a se alimentar mais intensamente pela manhã, preferencialmente em áreas de baixada, onde há também problemas relacionados aos nematoides devido ao acúmulo de água.
Além disso, é necessário considerar o impacto de nutrientes como o cálcio no desenvolvimento das pragas, como o percevejo, que se reproduzem com maior vigor em ambientes propícios.
Similarmente, a ferrugem, outrora considerada o principal fungo de importância econômica, viu seu status alterado com a ascensão de novas ameaças, como a Mancha Alvo e a Cercopora.
Diante desse panorama, a atuação do consultor agrícola assume um papel crucial. É essencial realizar amostragens periódicas em diferentes áreas da lavoura, identificando padrões e potenciais problemas. O uso de ferramentas adequadas, mesmo que seja o tradicional pano de batida, torna-se fundamental, especialmente em grandes áreas onde a tática da Presença e Ausência se mostra eficaz para determinar a necessidade de aplicação de defensivos.
O consultor moderno compreende a importância de estar presente na lavoura desde cedo, realizando amostragens sistemáticas e mantendo um histórico atualizado das áreas monitoradas. Essa abordagem proativa permite identificar e abordar problemas antes que se tornem crises, diferenciando-se da postura passiva de muitos.
Hoje, com o advento de tecnologias digitais que ajudem esse consultor a ser mais assertivo, faz com que ele tenha que ter sede em saber. As recomendações baseadas em instinto, ou conhecimento adquirido com a experiência, apesar de serem muito importantes, precisam estar aliadas ao uso de ferramentas digitais. Ferramentas essas que o ajudarão a dar as melhores recomendações e agir em tempo real. Conectividade, uso da inteligência artificial e de sensores estão crescendo a cada dia e exigirão dos Engenheiros Agrônomos estar mais antenados a essas tecnologias.
Aqueles que abraçam essa mentalidade estão destinados a prosperar, enquanto os que resistem à mudança correm o risco de se tornarem obsoletos.
Ricardo Seraphim e Francisco Negrini
Em suma, a consultoria agrícola eficaz não se resume a permanecer à sombra de um galpão, mas sim a estar constantemente engajado, adaptando-se às mudanças e antecipando-se às necessidades do produtor. Aqueles que abraçam essa mentalidade estão destinados a prosperar, enquanto os que resistem à mudança correm o risco de se tornarem obsoletos.
