Agronegócio

Alta nos preços de frutas e hortaliças comercializadas no atacado

Alta nos preços de frutas e hortaliças comercializadas no atacado se deve ao clima e troca de safras.

A maioria das frutas e hortaliças mais comercializadas nos principais mercados atacadistas registrou alta nos preços. A elevação verificada no último mês em comparação a setembro é reflexo das condições climáticas ou do deslocamento da região fornecedora dos produtos. É o que mostra o 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento.

Segundo o boletim hortigranjeiro da Conab, nos dez primeiros meses de 2023, o volume total enviado ao exterior foi de 833,57 mil toneladas, superior em 6,16% em relação a igual intervalo de tempo do ano anterior. Já o faturamento foi de U$S 963,4 milhões, superior a 20,24% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais estados exportadores foram o Rio Grande do Norte.

(22%), Pernambuco (18%), Bahia (17%), São Paulo (15%) e Ceará (11%), e as principais frutas exportadas foram mangas, limões e limas, melões, bananas e melancias.

As hortaliças comercializadas nas ceasas também cresceram 2023, o segmento apresentou aumento de 5,6% em relação ao mês anterior e aumento de 9,8% quando comparado ao mesmo mês de 2022. 

Hortaliças:

Alface: 

Em outubro, o preço da alface subiu em quase todas as Ceasas analisadas e, em algumas delas, de forma significativa. Na média ponderada, o aumento foi de 28,32%, em relação à registrada em setembro. Mas os preços mantiveram-se estáveis na demanda nacional, iniciando uma alta em outubro, com o aumento da temperatura e o aumento natural das demandas.

A previsão para novembro é de um aumento de preços, empurrados pela alta temperatura e pelas chuvas nos estados produtores, como São Paulo.

Batata

O preço da batata vem caindo desde junho, após a safra de inverno, sendo que  a maior alta ocorreu apenas em outubro.

Em dezembro e janeiro, o sul passa a ser a região comercializadora de batata, com principal destaque para o Paraná. Mesmo com as chuvas o plantio está ocorrendo, com uma previsão de atraso na colheita e consequentemente do pico da safra.

Cebola:

O preço da cebola vem em involução desde o final de 2022 até setembro deste ano. Assistiu-se ao pico em novembro de 2022, depois queda abrupta em dezembro, para se manter nessa tendência até setembro.

Frutas:

Banana: A banana sofre uma queda no mercado, pela média ponderada entre as Ceasas analisadas, houve redução de 9,53%. A baixa pode ser explicada pela combinação de chuvas e calor nas áreas produtoras.

As previsões são positivas para a produção de banana, de acordo com o Boletim Agroclimatológico do INMET, novembro/dezembro/janeiro, terão precipitações abaixo da média climatológica nas principais regiões produtoras de banana prata e acima da média para a cultura da banana nanica.

A exportações durantes os 10 primeiros meses de 2023 tiveram um volume de 53,26 mil toneladas, número inferior 27,3% em relação ao mesmo período de 2022 e inferior 40,9% na comparação com o mesmo período de 2021, e o faturamento foi de U$S 23,66 milhões, 25,6% menor na comparação com igual período.

Maçã:

A maçã registrou uma alta de 2,12%, pela média ponderada, entre as Ceasas analisadas.

No mercado de maçã há elevação de preços praticados anteriormente e falta de maçãs  graúdas, que é um forte nicho consumidor nesse mercado. Há também a interferência  tempo chuvoso e o menor poder aquisitivo do consumidor no terço final do mês. 

Em relação a safra futura, o Rio Grande do Sul registra queda das floradas em decorrência das fortes chuvas,  causadas primordialmente pelo fenômeno El Niño, sendo que nos meses anteriores, o período de dormência se encerrou com atraso em diversos pomares catarinenses e gaúchos. Se as precipitações continuarem em meados de dezembro, as frutas poderão cair e terão que ser colhidas prematuramente.

As vendas externas de maçã de janeiro a outubro de 2023 tiveram um volume de 35,9 mil toneladas, número 2,68% superior em relação ao mesmo período de 2022. O volume subiu 278% na comparação com outubro/22 e caiu 50,4% em relação a setembro/23. 

Melancia:

Em relação ao mercado da melancia, as cotações subiram na maioria dos entrepostos atacadistas. Em outubro, o movimento do mercado nas Centrais de Abastecimento foi de variação positiva para as cotações e queda da comercialização. A queda da oferta ocorreu principalmente por causa do fim da safra no norte goiano.

O quantitativo para as exportações de melancia de janeiro a outubro de 2023 registrou um volume de 80,44 toneladas, número superior 7,8% em relação ao mesmo período de 2022, e o faturamento foi de U$S 52,18 milhões, 39,5% maior em relação ao período considerado.