A combinação de frentes frias e áreas de instabilidade na primeira quinzena de outubro provocou chuvas abrangentes no Paraná e em Santa Catarina, chegando a superar 300 mm em importantes regiões produtoras. A precipitação excessiva acabou prejudicando parcialmente o manejo, a maturação e a colheita do trigo da safra 2021/2022. A análise é do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na quinta-feira (20). O Boletim analisou o período de 1° a 15 de outubro de 2022.
O excesso de chuvas gera preocupação em relação à queda de qualidade por excesso de umidade nos grãos do trigo na região Sul e em São Paulo – onde 80% das áreas foram colhidas até o fim da primeira quinzena de outubro. No Paraná, a área total colhida chega a cerca de 50% e apesar do potencial produtivo ter sido impactado pela seca em fases anteriores, o rendimento médio é satisfatório. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a colheita já foi iniciada (3%), apesar das chuvas frequentes terem limitado as operações.
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Safra 2022/2023
Para as culturas da safra 2022/2023, foi observado que as precipitações favoreceram a semeadura de soja em Mato Grosso e no Paraná. Entretanto, o excesso de umidade atrasa esta etapa em São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Em Minas Gerais e na Bahia, o plantio foi iniciado no começo de outubro, após o fim do vazio sanitário. Na região do Matopiba, o início da semeadura da soja foi possível apenas em áreas irrigadas em razão da baixa umidade no solo.
No caso do milho 1° safra, a semeadura evolui rapidamente, chegando a 74% da área estimada no Rio Grande do Sul e 75% no Paraná, com destaque para as regiões de Ponta Grossa, Guarapuava/Irati e Pato Branco. Porém, o plantio segue em ritmo lento em São Paulo e Santa Catarina, principalmente em razão do excesso de umidade. A etapa também segue devagar em Goiás, onde os produtores têm dado prioridade à soja.
Fonte: Conab