Soja

Colheita da soja chega a 80% no Rio Grande do Sul

Trabalho foi favorecido por condições climáticas favoráveis, com predomínio de dias ensolarados e de tempo seco

Planta de soja no campo.
Trabalho foi favorecido por condições climáticas favoráveis, com predomínio de dias ensolarados e de tempo seco | Foto: CNA Brasil/Divulgação

A colheita da soja no Rio Grande do Sul avançou de forma significativa na última semana, alcançando 80% das áreas semeadas na safra 2024/2025, com 17% das lavouras em maturação e 3% em enchimento de grãos. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira pela Emater/RS-Ascar, o trabalho foi favorecido por condições climáticas estáveis, com predomínio de dias ensolarados e de tempo seco, o que contribuiu também para as operações de logística.

A sequência de dias secos reduziu os teores dos grãos de soja colhidos, que variou entre 12% e 13%, eliminando a necessidade de secagem nos pontos de armazenamento e, assim, acelerando o escoamento, atrasado pelas chuvas de abril. A baixa umidade nos grãos também viabiliza a reserva de sementes próprias para a próxima safra, as quais apresentam potencial qualitativo satisfatório, dada a sanidade das lavouras e a secagem natural em campo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o tempo seco proporcionou a intensificação da colheita. Em Uruguaiana, onde predominam lavouras irrigadas, principalmente no sistema sulco-camalhão, as produtividades variam de 1,2 mil a mais de 3 mil quilos por hectare, reflexo de falhas na irrigação, seja pela priorização do abastecimento das lavouras de arroz, seja por deficiências técnicas associadas a altas temperaturas durante o período reprodutivo.

Em Quaraí, 20% da área foi colhida, e a produtividade está em 1,8 mil quilos por hectare. Em Manoel Viana, a colheita ultrapassa 75% das lavouras, cujos rendimentos estão superiores aos observados nas semanas anteriores, variando entre 900 e 2,4 mil quilos por hectare. Em São Gabriel, 60% dos 137 mil hectares foram colhidos. As médias têm oscilado entre 420 e 600 quilos por hectare, com exceção de áreas irrigadas, onde os rendimentos alcançam 2,1 mil quilos por hectare.

Na Campanha Gaúcha, em Hulha Negra, cerca de 40% das lavouras foram colhidas e as produtividades variam de 600 quilos por hectare (em áreas periciadas pelo Proagro) a mais de 3 mil quilos por hectare. Foram aplicados fungicidas em lavouras implantadas no final de janeiro. A dessecação tem sido necessária principalmente em áreas replantadas ou com baixa população, onde houve presença de plantas daninhas.

Em Aceguá, a produtividade média aumentou na última semana, alcançando 2.520 quilos por hectare; dos 31,5 mil hectares 25% estão colhidos. Em Dom Pedrito, 42% dos 165 mil hectares cultivados foram colhidos, e os rendimentos oscilam entre 1,9 mil e 2,1 mil quilos por hectare. A colheita das cultivares de ciclo precoce foi finalizada, e as lavouras de várzea (40 mil hectares) apresentam condições de acesso apropriadas, sem as limitações por umidade observadas anteriormente.

Na de Caxias do Sul, a colheita avançou significativamente no período e se aproxima de 90%. A produtividade obtida está próxima a 3,2 mil quilos por hectare, o que corresponde à redução média de 15% em relação à expectativa inicial de 3.794 quilos por hectare.

Na de Frederico Westphalen, a colheita alcançou 93%. A produtividade média obtida permanece em 2.425 quilos por hectare, representando redução de aproximadamente 30% da projetada. Restam 5% em maturação e 2% em enchimento de grãos.

Na de Ijuí, a colheita atingiu 95%. Foram colhidas as lavouras implantadas com cultivares de ciclo tardio no final do período recomendado pelo ZARC. Observou-se leve melhora nas produtividades, cuja média atual é de 2.124 quilos por hectare. As lavouras semeadas após a colheita de milho grão ou silagem encontram-se, majoritariamente, em final de enchimento de grãos e início de maturação fisiológica.

A aplicação pós-colheita de corretivos para acidez do solo segue em ritmo lento, limitando-se a áreas específicas. Também foram realizados trabalhos pontuais de descompactação do solo, com o uso de subsoladores, visando à melhoria da estrutura física e à preparação antecipada para a implantação das culturas de inverno.

 Na de Passo Fundo, 5% das áreas estão maduras por colher e 95% colhidas. Na de Pelotas, 48% dos cultivos encontram-se em maturação fisiológica, prontas para a colheita; 13% estão em estágio de enchimento de grãos; e 39% colhidas.

Na de Santa Maria, a colheita ultrapassa 70%; as lavouras remanescentes estão em maturação ou prontas para colher. As perdas pela estiagem podem alcançar 50%, em média.

Na de Santa Rosa, o tempo seco favoreceu o avanço expressivo da colheita da soja em relação ao período anterior. Estima-se que 82% das lavouras foram colhidas; 12% estão em maturação fisiológica; e 6% em enchimento de grãos. As áreas de segunda safra se desenvolvem bem, apesar da elevada infestação de caruru (Amaranthus spp.). Nesses talhões, seguem os manejos fitossanitários com foco no controle da ferrugem-asiática e de percevejos, que migram das áreas já colhidas.

Na de Soledade, a colheita foi intensa, chegando a 85%. No Alto da Serra do Botucaraí e no Centro-Serra, a operação está em finalização. Já no Baixo Vale do Rio Pardo, alcança 70%.