Reta Final

Clima reduz produção catarinense de grãos na safra 2023/2024

As chuvas atrasaram a safra e prejudicaram as lavouras de soja, arroz, milho e feijão

Foto de lavoura de soja.
A produção total prevista a safra é de 2,87 milhões de toneladas | Foto: Joao Batista Moraes de Oiveira JB/Pixabay

As principais culturas agrícolas de Santa Catarina registram perdas de produtividade e na produção total na safra 2023/2024. Além de atrasar a colheita, as chuvas excessivas afetaram as lavouras de soja, arroz, milho e feijão, prejudicando os resultados da safra. No caso do milho e do feijão, é esperada uma recuperação na segunda safra, conforme o Boletim Agropecuário de Maio da Epagri/Cepa, divulgado nesta segunda-feira (20).

Soja

A colheita da safra de soja catarinense está na reta final, com 91% da área total colhida até o dia 10 de maio. A produção total prevista para a atual safra é de 2,87 milhões de toneladas, redução de 2,6% em relação à safra passada. A produtividade recuou em 6,6%, registrando 3.531kg/ha. A queda da produção não foi maior devido ao aumento de 2,6% na área de cultivo.

O atraso na colheita e a quebra de safra são creditados aos efeitos do clima nas lavouras. No início do ciclo, as chuvas “causaram atraso na semeadura, perdas de nutrientes por lixiviação e prejuízo no padrão de população de plantas”, explica o Boletim Agropecuário de Maio da Epagri/Cepa. Além do atraso na colheita, 28% das lavouras estão em condições média e ruim com as chuvas mais recentes.

Arroz

A chuva excessiva, além da baixa luminosidade, excesso de nebulosidade, dificuldade de execução de tratamentos fitossanitários e excesso de calor na floração, também afetou a produção estadual de arroz. Com 99% da área colhida, a produção está estimada em 1,162 milhões de toneladas, redução de 8,11%.

Milho

A quebra na produção é ainda maior para o milho, com estimativa de colheita de 2,2 milhões de toneladas, número 21,8% menor do que o resultado da safra 2022/2023.

A colheita da primeira safra está no final, com cerca de 92% da área colhida. “No acompanhamento da colheita observou-se vários relatos da situação de “grãos leves”, causado pelas condições climáticas apontadas durante a safra”, afirma a Epagri/Cepa.

As lavouras de segunda safra estão em fase de maturação e apenas 3% foram colhidas. A maioria das lavouras, 85%, estão em boas condições. “A atual safra pode ser considerada satisfatória, em função do clima, com frio mais intenso somente em meados de maio”, avalia o Boletim.

Feijão

A primeira safra de feijão fechou com 49,9 mil toneladas e produtividade de 1.787kg/ha, volume 18,6% menor do que o resultado da safra passada. O excesso de chuvas e a alta nebulosidade comprometerem a produtividade média, resultando em 1.787kg/ha, redução de 10,7%.

Na segunda safra, apenas 7% da área foi colhida e 77,8% das lavouras estavam em boas condições até o início de maio. “O excesso de chuvas nas primeiras semanas de maio tem prejudicado a fase de maturação das plantas de feijão. Em muitas lavouras já é observado perdas em qualidade pelo excesso de umidade, com presença de grãos brotados nas vagens e incidência de doenças fúngicas. Nas regiões mais altas do estado, a chegada de temperaturas mais baixas, associadas a nevoeiros, tem mantido a umidade por maior tempo nas lavouras, o que tem comprometido a qualidade do produto colhido”, relata a Epagri/Cepa.

Tendo em vista esse cenário, a produção esperada para a 2ª safra é de 67 mil toneladas em uma área recorde de 36 mil hectares. Esses resultados devem compensar a perda na primeira safra, com a produção total, considerando as duas safras, podendo chegar a 117 mil toneladas, 3% maior do que o total produzido na safra passada.

Com informações da Epagri/Cepa