Milho

USDA: soja e milho têm projeções neutras em novembro

A previsão de demanda aumentou um pouco, em oposição ao corte que era esperado dados os problemas logísticos na exportação.

A foto mostra uma colhedora em uma lavoura de soja
A produção também foi maior que o esperado (0,8% acima da expectativa), porém um pouco mais que no milho (0,2%) | Foto: Pixabay/Divulgação

O Relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) de novembro, emitido pelo Departamento de Agricultura (USDA), trouxe resultados mistos para o milho. Em termos de balanço dos EUA, os números do lado da oferta foram neutros, uma vez que a produtividade ficou acima da expectativa do mercado, mas apenas ligeiramente, indica a relatório da hEDGEpoint Global Markets.

Por outro lado, a previsão de demanda aumentou um pouco, em oposição ao corte que era esperado dados os problemas logísticos na exportação, destaca a companhia em relatório desta semana, com base nos últimos dados do USDA.

“Os baixos níveis no rio Mississippi não desempenharam um papel nas estimativas de exportação deste mês e, de fato, nem foram reconhecidos nos comentários. Dessa forma, ainda podemos ver as exportações sendo reduzidas no futuro se o cenário persistir”, indica a hEDGEpoint. “No final das contas, embora os estoques finais dos EUA tenham ficado um pouco abaixo da estimativa média do mercado, o mercado não reagiu fortemente aos números”, acrescenta.

Na soja, os resultados do WASDE também foram um tanto neutros. A produção também foi maior que o esperado (0,8% acima da expectativa), porém um pouco mais que no milho (0,2%). Do lado da demanda, as exportações também permaneceram inalteradas apesar das questões logísticas (rio Mississippi) e — novamente à semelhança do milho — o consumo interno aumentou ligeiramente para refletir a maior produção. Os estoques finais ficaram apenas 10 milhões de bushels acima do esperado.

“No resto do mundo, apenas duas mudanças dignas de nota foram feitas. Primeiro, os estoques finais chineses foram aumentados como resultado do maior estoque de passagem de 21/22, mas sem alterações relevantes no balanço de 22/23. Em segundo lugar, a safra de soja da Argentina foi cortada em 1,5 milhões de toneladas, um corte relativamente grande para a agência nesta altura da safra. O corte foi refletido quase inteiramente em um menor esmagamento no país”, acrescenta a hEDGEpoint.

Trigo

Assim como no milho, o vaivém diplomático sobre o futuro do Acordo do Corredor de Grãos não entrou nas estimativas deste mês, com as exportações da Ucrânia sendo mantidas inalteradas. Uma vez que USDA leva em consideração apenas as políticas que estão em vigor, os prazos de renovação da próxima semana têm maior probabilidade de causar impacto na edição de dezembro.

Como esperado, as estimativas de produção da Argentina foram reduzidas para 15,5 milhões de toneladas após a seca generalizada observada no país, que também teve suas exportações reduzidas em 2 milhões de toneladas para 10 milhões de toneladas.

Algodão

As exportações dos EUA permaneceram inalteradas e a produção teve um aumento de 1,5%, levando à estoques finais próximos das estimativas máximas do mercado. No cenário global, o USDA também continuou reduzindo a demanda global, cortando o consumo em 650.000 fardos e o fluxo comercial em 400.000 fardos. Desta vez, no entanto, ambos derivaram de uma redução na produção, particularmente no Paquistão, África Ocidental e Austrália devido à precipitação excepcionalmente alta.