Milho

Colheita do milho começa em meio à estiagem no RS

Apesar da cultura apresentar perdas irreversíveis devido à estiagem, principalmente na parte Norte do RS, a colheita do milho começou no Rio Grande do Sul. Na região Sul não foram registradas perdas, pois a cultura do milho foi favorecida por precipitações na semana. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (23) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 17% das lavouras de milho estão em maturação, 32% em enchimento de grãos, 19% em floração, 31% em germinação e desenvolvimento vegetativo. Atualmente 92% das áreas foram semeadas e 1% colhidas.

De todas as culturas de verão, as lavouras de milho foram as mais prejudicadas pelo quadro climático. Os sintomas de estresse são um número maior de folhas amareladas. Na regional de Passo Fundo, a cultura do milho está toda plantada e as perdas já superam 50% de forma generalizada, exceto em algumas lavouras irrigadas. Da área plantada, 65% está em floração e 35% na fase de enchimento de grão. Nas áreas cultivadas em Não Me-Toque, Carazinho, Casca e Marau as perdas são superiores a 70%.

Soja

O plantio de soja segue avançando lentamente no Estado devido à estiagem, principalmente na metade Norte do Rio Grande do Sul. As áreas implantadas correspondem a 91%, o que representa 5,8 milhões de hectares, dos quais 5% estão em floração. Em regiões produtoras com maior déficit hídrico, a cultura nesse estágio demonstra sinais de perda de potencial produtivo.

Na de Soledade, a cultura de maneira geral volta a apresentar sintomas de estresse hídrico, com folíolos pendentes. Por conta do déficit hídrico que perdurou durante grande parte do ciclo, a maioria das lavouras apresenta estatura de plantas abaixo do normal para a época, muitas delas florescendo, e isso compromete a produtividade. As consequências do déficit hídrico são mais graves em municípios do Alto da Serra do Botucaraí, onde faltando plantar 20% da área, e faz estagnar o crescimento e o desenvolvimento de plantas das lavouras semeadas. A falta de chuvas prevista para os próximos dias preocupa os agricultores que não têm como semear soja em solo com baixo teor de umidade, ainda mais pelo fato de que o zoneamento da cultura termina em dezembro.

Arroz

O plantio está praticamente concluído, e 8% das áreas encontram-se em floração, favorecida pela luminosidade. Produtores manejam as lavouras, que apresentam bom desenvolvimento. Na região de Pelotas, a semeadura foi concluída, e 100% da cultura está na fase vegetativa. Os reservatórios estão em plena capacidade de armazenamento de água, proporcionando tranquilidade para o manejo do arroz. Lavouras apresentam bom estande de plantas, bom desenvolvimento vegetativo, e não há relato de problemas fitossanitários. O clima quente e seco acelerou o desenvolvimento.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, 96% das lavouras estão semeadas, todas em germinação e desenvolvimento vegetativo. Nas que resta plantar é realizado o controle mecânico de invasoras, como capim arroz, arroz vermelho e o arroz guacho. A estiagem preocupa principalmente arrozeiros que usam água de arroios, sangas e rios, cujos níveis estão muito baixos. De maneira geral, o custo de insumos e a queda das cotações preocupam os produtores, pois afetam em muito a rentabilidade da atividade.

Feijão 1ª safra

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a cultura está em floração e formação de grãos, com boa sanidade. Preocupa a falta de chuva. Na de Soledade, a chuva na semana beneficiou muitas lavouras, sobretudo onde ocorreram maiores acumulados. Porém, o retorno das condições climáticas de temperaturas diurnas elevadas, baixa umidade relativa do ar e tempo seco diminuem o crescimento em lavouras na fase vegetativa; naquelas em florescimento, ocorre queda de flores e de vagens em formação.

Lavouras colhidas têm produtividades diversas; para algumas, é solicitado Proagro; outras alcançaram produtividades de 30 sacos por hectare, com boa qualidade do grão, em função da chuva e da tecnologia de produção utilizada. Segue o monitoramento de doenças, e, quando for o caso, produtores realizam controle. O clima seco favorece a ocorrência de ácaros. Das lavouras de feijão, 15% estão colhidas, 30% em maturação, 25% em enchimento de grãos, 20% em florescimento e 10% em desenvolvimento vegetativo.

Bovinocultura de Leite

Além da diminuição da oferta de forragens devido à falta de chuvas, as temperaturas elevadas estão prejudicando o bem-estar animal, diminuindo o tempo de pastejo em função do calor e provocando queda na produção de leite. O clima seco da semana facilitou o controle da qualidade do leite, mantendo ou melhorando os índices legais exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nos confinamentos, ainda há necessidade de ventilação e aspersão de água a fim de amenizar o calor, o que eleva o custo de produção em função da energia elétrica empregada neste manejo.

Ovinocultura

Apesar da baixa oferta forrageira, devido à falta de chuvas, o rebanho ovino segue com boas condições produtivas. O uso das pastagens cultivadas foi intensificado, a fim de ampliar o índice de ganho de peso dos cordeiros que serão ofertados para comercialização de final de ano. Já os produtores que utilizam apenas áreas de campo nativo estão suplementando com concentrados, tanto os cordeiros quanto as matrizes que serão encarneiradas. A esquilagem dos ovinos está sendo finalizada, e o período de encarneiramento já iniciou em algumas regiões, principalmente do rebanho laneiro.

Fonte: Emater/RS-Ascar