Colheita do Milho

Colheita do milho alcança 89% da área semeada

Trabalho está mais avançado em lavouras de maior escala no Nordeste do Estado

Colheita de milho.
Colheita do milho se aproxima do final no RS | Foto: CNA Brasil/Divulgação

A colheita de milho no Rio Grande do Sul segue sendo executada de forma mais lenta e escalonada, em comparação aos outros cultivos de verão, como a soja e o arroz. A área colhida evoluiu de 88% para 89%, principalmente em lavouras de maior escala no Nordeste do Estado, conforme levantamento realizado pela Emater/Ascar-RS. Nesta safra, o RS deve produzir 5,32 milhões de toneladas de milho, o que representa um aumento de 18,35% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 4,5 milhões de toneladas, conforme a Emater.

Nas regiões minifundiárias, a operação evoluiu pouco, condicionada ao uso do cereal para consumo interno das propriedades. As lavouras tardias (4%) apresentam bom potencial produtivo, favorecido pela ocorrência de chuvas nos estádios críticos de desenvolvimento e por temperaturas amenas, que têm permitido maior acúmulo de fotoassimilados.

Paralelamente, os produtores se organizam para o plantio da safra 2025/2026, realizando a semeadura de cobertura vegetal, especialmente nabo forrageiro, visando à posterior dessecação. Na aquisição de sementes, há preferência por cultivares precoces e com tolerância à cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), estratégia alinhada a condições de mercado mais favoráveis e ao manejo fitossanitário preventivo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as condições de tempo seco têm favorecido a perda gradual de umidade dos grãos nas lavouras em fase de maturação fisiológica, possibilitando o início das operações de colheita. Em Caçapava do Sul, a colheita foi iniciada especialmente em pequenas propriedades com baixo nível tecnológico, as quais sofreram severos impactos da estiagem, ocorrida nos meses de janeiro e março.

A produtividade média estimada nessas áreas é de apenas 1,2 mil quilos por hectare, reflexo das limitações hídricas durante os estágios críticos de florescimento e enchimento de grãos. Em Alegrete, estão sendo colhidas as lavouras de semeadura tardia, implantadas a partir de dezembro.

Na de Caxias do Sul, a colheita está próxima da finalização nos principais polos produtores, como em Muitos Capões e Vacaria. Já nas regiões da Serra e Hortênsias, onde predominam áreas menores e de cultivo mais diversificado, os trabalhos seguem em ritmo mais lento e escalonado, e a finalização deve ocorrer em julho, conforme o padrão histórico da região.

Na de Ijuí, a colheita está praticamente concluída. As lavouras remanescentes (1%) correspondem principalmente ao segundo cultivo, caracterizado por plantas de menor porte e espigas reduzidas, porém com bom enchimento de grãos, indicando adequada translocação de fotoassimilados durante o período reprodutivo.

Em relação ao aspecto fitossanitário, observa-se incidência de cigarrinha-do-milho, cujos danos incluem sintomas de enfezamento, além de casos pontuais de acamamento de plantas, possivelmente relacionados a fatores, como ventos fortes, deficiência de lignificação e pressão biótica.

Na de Pelotas, 1% está em desenvolvimento vegetativo; 4% em florescimento; 23% em enchimento de grãos; e 21% em maturação. A colheita atinge 51%. As produtividades variam entre 3,5 mil 6 mil quilos por hectare, com média regional de 4,2 mil quilos por hectare.

Na de Santa Rosa, 1% está em floração, 7% em enchimento de grãos, 1% em maturação e 92% colhidas. Na de Soledade, estão em colheita as lavouras de semeadura tardia. Quanto às fases fenológicas, 1% está em desenvolvimento vegetativo; 1% em florescimento; 17% em enchimento de grãos; 12% em maturação fisiológica; 2% prontas para colheita; e 67% colhidas.

Comercialização

O mercado de milho registrou uma semana de movimentação lenta nos negócios e de preços mais baixos. A Safras Consultoria apontou que os consumidores se mostraram mais tranquilos quanto a estoques na volta do feriado e voltaram às compras de forma bastante retraída. Já os produtores voltaram a aumentar as fixações de oferta para venda do cereal, o que contribuiu para um movimento de declínio nas cotações.

Os preços futuros da safrinha de milho também sinalizaram um movimento de baixa após atingirem patamares entre R$ 77,00 a R$ 78,00 por saca de 60 quilos na semana passada para os contratos agosto, setembro e outubro, girando agora ao redor de R$ 70,00. Fatores como o clima tanto para o desenvolvimento da safrinha no Brasil quanto para o andamento do plantio nos Estados Unidos seguem no radar do mercado, assim como o movimento do dólar para a realização de negócios.

No cenário internacional, os preços oscilaram bastante, caindo na primeira metade da semana e reagindo na quinta e sexta-feira, em meio às movimentações do dólar e de demanda para o cereal norte-americano. Mas o balanço semanal sinaliza uma desvalorização dos preços frente à semana passada na Bolsa de Chicago, uma vez que as condições de clima, de modo geral, são favoráveis ao plantio de milho nos Estados Unidos e que houve um certo arrefecimento nas tensões comerciais na guerra de tarifas.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 78,42 no dia 24 de abril, baixa de 2,18% frente aos R$ 80,17 registrados no fechamento da semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 74,00, queda de 1,99% frente aos R$ 75,50 da última semana.