Quebra de Safra

Colheita do trigo chega a 34% no Paraná com baixas produtividades

Novas áreas foram consideradas totalmente perdidas e não serão colhidas devido às geadas

Foto de colheitadeira em lavoura de trigo.
As produtividades obtidas seguem abaixo do esperado em praticamente todo o estado devido à seca | Foto: Gilson Abreu/AEN

A colheita do trigo avançou nos últimos dias de 18% para 34% da área total da cultura no Paraná, segundo o relatório de Condições de Tempo e Cultivo divulgado hoje (17) pelo Departamento de Economia Rural (Deral). As produtividades obtidas seguem abaixo do esperado em praticamente todo o estado devido à seca. A estimativa de produção de trigo na safra 2024 já foi reduzida de 3,8 milhões para 3,1 milhões de toneladas, uma quebra de 17% em relação à projeção inicial da safra e 14% menor do que a produção do ano passado.

Apesar da projeção pessimista, os prejuízos na cultura devem ser ainda maiores, especialmente com as geadas do final de agosto. “As colheitas ainda não iniciaram nas áreas afetadas pela geada, mas mais áreas foram identificadas como totalmente perdidas e não serão colhidas“, informa o documento.

Apesar das chuvas ocorridas no domingo (15) terem paralisado a colheita do trigo, as precipitações trazem alívio para os produtores da cultura. O mesmo vale para a cevada, onde também há a possibilidade de perdas devido às geadas tardias e à falta de chuvas nas lavouras mais precoces.

No momento, apenas 32% das lavouras de trigo do Paraná estão em boas condições, 38% estão em condições médias e 30% em condições ruins.

Aveias

A colheita das aveias preta e branca também foi intensificada antes das chuvas. As produtividades destas culturas também foram afetadas pela seca.

Soja

Apesar do grande número de áreas dessecadas e entrega de sementes e insumos pelas revenda, as operações de plantio de soja estão atrasadas devido a falta de precipitações e à baixa umidade do solo. Muitos produtores ainda aguardam condições melhores de umidade, mas os trabalhos foram intensificados antes mesmo das últimas chuvas. A área plantada representa apenas 1% do total projetado para a safra 2024/2025.

Milho

O plantio do milho seguiu mesmo com a baixa umidade do solo e as altas temperaturas, chegando a 46% da área estimada para o estado. É esperado que as chuvas tragam alívio e ofereçam suporte para a germinação e o desenvolvimento inicial da cultura. Parte das lavouras em desenvolvimento apresenta grande incidência de cigarrinhas e tripes, conforme o Deral.

Feijão

O feijão está ganhando área em relação ao milho e à soja. Segundo o Deral, os produtores estão animados com a boa lucratividade da última safra. O plantio foi acelerado antes das chuvas, apesar do solo seco e de ataques de pragas significativos, alcançando 19% da área projetada nesta safra.

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