Clima

Agronegócio redobra atenção no clima para a safra de 2023/2024

Chuvas acima da média no Sul do Brasil e estiagem severa afetaram o plantio de diversas culturas, comprometendo a safra 2023/2024

nuvens categorizadas pelo el niño
Foto: Alex De Ataide/Divulgação

As condições climáticas extremas, desencadeadas pelo fenômeno El Niño, estão provocando uma intensificação nos esforços do agronegócio para lidar com desafios durante a safra 2023/2024. O aumento das temperaturas e os padrões de chuva atípicos vêm impactando a produção, impulsionando produtores e empresas a adotarem tecnologias avançadas de previsão meteorológica.

O ano de 2023 foi marcado pelo impacto do El Niño, resultando no ano mais quente globalmente e em eventos climáticos extremos. Chuvas acima da média no Sul do Brasil e estiagem severa no Centro-Oeste e Norte afetaram o plantio de diversas culturas, comprometendo a safra 2023/2024. A metereologista Nadiara Pereira alerta que as perdas podem superar a safra de 2015/2016, com ondas de calor mais intensas e chuvas irregulares.

Na região Sul, o excesso de chuvas tem prejudicado vários cultivos, como hortaliças, arroz, soja, milho e tabaco. O Rio Grande do Sul, após três anos de seca, agora enfrenta um cenário oposto com chuvas abundantes, complicando a colheita. O Matopiba, sudoeste do Paraná e Mato Grosso do Sul também são afetados por ondas de calor que impactam a produção.

Produtores estão avaliando os riscos para o plantio na safra 2023/2024, considerando culturas mais resistentes aos extremos climáticos, como o algodão. Além disso, algumas regiões estão experimentando a diversificação de culturas, como o cultivo de gergelim, conhecido por sua resistência e capacidade de captar umidade.

Quanto à colheita, a Climatempo prevê desafios, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a umidade excessiva pode causar problemas de contaminação por doenças ou pragas. O Matopiba enfrentará chuvas intensas no momento da colheita, relembrando a safra de 2015/2016. A faixa leste do Brasil, de São Paulo à Bahia, pode sofrer impactos significativos com o aumento da chuva durante o período de colheita, entre janeiro e fevereiro de 2024.

O agronegócio enfrenta uma temporada desafiadora, porém, a adoção de tecnologias de monitoramento climático emerge como uma estratégia essencial para mitigar perdas e garantir a sustentabilidade da produção no Brasil, conferindo um destaque noticioso à situação.