A granja de reprodução avícola de Montenegro, com caso confirmado de gripe aviária, entrará em período de vazio sanitário a partir de hoje (22). O processo de limpeza e desinfecção dos galpões, máquinas e outras estruturas e equipamentos do criatório, que envolve escritório, almoxarifado, vestiários, lavanderia, foi finalizado na noite de quarta-feira (21).
As ações começaram com a confirmação do foco de gripe aviária, com o sacrifício das aves doentes restantes no dia 16 de maio, que ainda estavam na granja comercial. Além do início da retirada da cama das aves e a destruição dos ovos que ainda permaneciam no local. “Este processo durou dois dias, e a partir daí iniciaram as lavagens dos aviários, dos ninhos, do galpão, cortinas, telas, todas as estruturas envolvidas na produção”, conta a médica veterinária Alessandra Krein, do Programa de Sanidade Avícola do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
O processo de limpeza iniciou no domingo e seguiu até ontem, com a desinfecção das instalações e equipamentos. “A limpeza é muito importante para que os agentes químicos atuem nas estruturas limpas com maior eficácia, porque a maioria dos desinfetantes não vai conseguir agir de forma eficaz sem esta limpeza prévia”, explica Alessandra. Neste processo, estiveram envolvidos entre seis e 12 funcionários da granja e empresa contratada, dependendo do dia, sob a supervisão de cinco servidores da Seap i e um do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul fez todo o acompanhamento, desde o sacrifício das aves até hoje, com cinco servidores revezando neste processo, sendo que um deles fez o acompanhamento durante todo o tempo”, declara a profissional.
A partir da finalização da limpeza e desinfecção, a granja começa a contar o período de vazio sanitário, que dura 28 dias para o caso de influenza aviária, já que são estipulados dois períodos de incubação de 14 dias. Este período está definido no Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Barreiras sanitárias
O local conta com sete pontos estratégicos de controle, com barreiras de trânsito e desinfecção. Uma delas é de bloqueio total, impedindo qualquer passagem, enquanto as outras seis atuam como barreiras de contenção e desinfecção – duas localizadas nos acessos ao foco, dentro do raio de três quilômetros, e quatro na área de vigilância, voltadas à sanitização de veículos que deixam a região. Amanhã, o número de barreiras sanitárias será reduzido para quatro.
O trânsito de animais e produtos derivados segue controlado pelo serviço veterinário oficial, por meio do sistema de emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA). No raio de 10 quilômetros da granja afetada foram identificados 540 estabelecimentos rurais. Desses, além da granja do foco, mais dois atuam com avicultura comercial. Todos os estabelecimentos já foram vistoriados.
A operação na região mobiliza 25 equipes formadas por técnicos do serviço veterinário oficial, do Ministério da Agricultura e da Seapi, com apoio da prefeitura de Montenegro, da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros.
Casos suspeitos
O painel Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN) mantido pelo Mapa aumentou o número de municípios investigados por casos de gripe aviária de nove para 11. Concórdia, em Santa Catarina, e Angélica, em Mato Grosso do Sul, ambos com criação de aves domésticas para subsistência, passam a integrar a lista. Em todos os locais, já foram feitas coletas de amostras do vírus, mas ainda não possuem resultado laboratorial conclusivo. Triunfo, Gaurama e Derrubadas, todas no Rio Grande do Sul, estão na lista.