A colheita do trigo avançou de forma acelerada nos últimos dias, passando de apenas 3% na semana anterior para 29% dos mais de 1,3 milhão de hectares cultivados no Rio Grande do Sul. As regiões Centro e Nordeste do estado foram as que mais avançaram no processo. A colheita foi interrompida com o retorno chuvas, que também estão aumentando a incidência de doenças e prejudicando a qualidade dos grãos já colhidos, segundo o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (24), pela Emater/RS-Ascar.
“A qualidade do produto colhido está inferior ao obtido antes do período chuvoso, assim como o peso hectolitro (PH) dos grãos, que se encontra pouco abaixo de 78 kg/hl. Além da avaliação do PH, algumas unidades armazenadoras e compradoras estão utilizando o critério do falling number (FN) ou “tempo de queda” para a seleção do trigo a ser recebido, que é um indicador de medida da capacidade de retenção do amido nos grãos e de sua resistência à germinação precoce. Como critério mínimo, tem sido adotado o valor de 220 segundos, o que tem dificultado a comercialização de lotes com grãos de qualidade inferior, que apresentam menor capacidade de panificação”, relata o documento.
As principais doenças que estão afetando a qualidade são a brusone e a giberela. Além disso, as chuvas durante a fase de maturação das lavouras também estão favorecendo a germinação prematura dos grãos na espiga. Produtores com lavouras mais afetadas já têm acionado o Proagro devido à inviabilidade cobrir os custos de produção financiados.
Cerca de metade das lavouras do estado estão em fase de maturação, 48%, enquanto 20% ainda estão em enchimento de grãos. Apesar dos problemas na colheita, o potencial produtivo não foi tão afetado nas demais regiões do Estado, onde a expectativa é de que o rendimento e qualidade do produto não sejam tão impactados. A produtividade segue estimada em 3,1 mil kg/ha.
Aveia branca
O ritmo da colheita da aveia branca também aumentou, chegando a 35% do total de 365,5 mil hectares. O avanço da operação foi maior na Metade Oeste do Estado, onde a semeadura ocorreu mais precocemente. A produtividade apresenta variações significativas, e parte das lavouras apresentam rendimento abaixo das expectativas iniciais. As lavouras restantes estão 31% maduras; 23% em enchimento de grãos e 1% em floração, 1%. A produtividade média estimada para o estado é de 2,4 mil kg/ha.
Canola
Com a trégua das chuvas, a colheita progrediu rapidamente, atingindo 35% da área. A produtividade dos grãos colhidos é variável, conforme a época de plantio. A produtividade final deve ser melhor estimada com o avanço da colheita nos próximos dias. A projeção atual é de 1,6 mil kg/ha na média estadual. Atualmente, 55% das lavouras estão maduras e 10% em enchimento de grãos 10%.
“Alguns produtores relatam redução na qualidade das síliquas devido às chuvas, o que pode resultar em queda da produtividade final, levando à solicitação de seguro agrícola”, informa a Emater/RS-Ascar.
Com informações da Emater/RS-Ascar