Alerta

Brusone demanda atenção para lavouras de trigo no RS

Risco da doença ainda é considerado baixo, mas condições climáticas estão ficando mais favoráveis à brusone

A safra de trigo 2024 começou com alta incidência de oídio e dificuldade de controle da doença no Rio Grande do Sul. Com o avanço da safra, aumenta a preocupação com as doenças doenças foliares e doenças da espiga, em especial a brusone e a giberela. No início de setembro, foram identificados sintomas da brusone em lavouras da região Noroeste do estado, acendendo o alerta para a doença.

A brusone foi recorrente na safra de 2023, com condições climáticas bastante diferentes da safra deste ano. Sob efeito do El Niño, a safra de 2023 registrou chuvas acima da média na região sul do Brasil e temperaturas mais altas, condições ideais para a brusone.

Já em 2024, o volume de chuvas diminuiu no inverno, assim como as temperaturas, inclusive com registros de geadas. Agora, com a proximidade da primavera e a recente onda de calor no país, as temperaturas já começam a subir. O risco da ocorrência da brusone ainda é considerado baixo, mas é preciso atenção, especialmente com as recentes chuvas.

“Quando você tem essas elevações da temperatura atreladas a períodos em que se tem umidade relativa do ar mais alta, você tem uma maior chance de ocorrência da doença”, explica Carlos Pizolotto, fitopatologista da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. – CCGL.

Além disso, o aumento das temperaturas está associado às fases mais suscetíveis à brusone. Atualmente, 38% das lavouras do Rio Grande do Sul estão em floração e 19% em enchimento de grãos, enquanto 43% das lavouras ainda estão em desenvolvimento vegetativo, conforme o Informativo Conjuntural mais recente da Emater/RS-Ascar.

“É bom a gente ficar de olhos abertos, porque é uma doença que é extremamente destrutiva e quando a gente olha para a nossa genética, para os materiais, grande parte deles são suscetíveis à brusone”, alerta o pesquisador.

Giberela

Além da brusone, também há risco de ocorrência de giberela, principalmente com as chuvas dos últimos dias na região Norte e Noroeste do Estado. De acordo com Pizolotto, a giberela se adapta mais ao cenário do inverno gaúcho, considerando as temperaturas mais baixas. “Manter atenção quanto ao risco de ocorrência da giberela para as duas regiões e estar muito atento a esse período de florescimento do trigo, já que se trata de uma infecção floral”, recomenda.