O Governo Federal publicou uma medida provisória autorizando, em caráter excepcional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até um milhão de tonelada de arroz beneficiado ou em casca para recomposição dos estoques públicos.
A decisão foi tomada diante do alto volume de chuvas na região Sul, que afetou a produção gaúcha, responsável por cerca de 68% do arroz produzido no Brasil. O governo afirma que o objetivo é evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto nos mercados de todo o país.
“Neste momento, a medida vem para evitar qualquer especulação com o preço do arroz. Também já conversei com os produtores para deixar claro que não é para concorrer com o nosso arroz, até porque os produtores já têm para suprir a demanda nacional, porém, tem dificuldade logística. Com a dificuldade logística para abastecer, vem a especulação”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Ele ainda explica que o produto comprado no comércio externo deve ser repassado apenas para pequenos mercados.
A compra será realizada por meio de leilões públicos a preço de mercados. Os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas, dispensada a utilização de leilões em bolsas de mercadorias ou licitação pública para venda direta. A autorização é limitada ao exercício financeiro de 2024.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) avalia que não há risco de abastecimento ou necessidade urgente de importação. “Já temos um bom volume de arroz e mesmo que a gente tenha dificuldades na colheita deste saldo que falta colher, certamente o Rio Grande do Sul tem plenas condições de colher uma safra bem acima dos sete milhões de toneladas. Embora tenhamos este grande problema com relação à colheita do que falta, nós temos plenas condições de afirmar que nós não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno”, garante o presidente da entidade, Alexandre Velho. Apesar de um problema momentâneo de logística, principalmente na ligação com o interior do estado, a entidade afirma que ligação com os grandes centros do país segue normal.
Com informações do Mapa