O pecuarista notou uma “leve queda” nas cotações da arroba do boi gordo em março/24. Durante o mês, os preços (CEPEA) saíram de R$ 235,40/@ (fechamento de fevereiro) para fechar a R$ 232,30/@ (-1,32%).
A oscilação vai em linha com o atual cenário “truncado”. De um lado, pecuaristas com pastagens em melhores condições (graças as recentes chuvas) retendo animais em busca de preços melhores e do outro, a indústria pressionando os preços e buscando manter/alongar escalas de abate, comprando pequenos lotes e aguardando sinais de melhora no atacado e varejo para acelerar.
De lá pra cá, tivemos uma mudança positiva na curva de preços dos contratos futuros, mas ainda aquém do desejado pelos pecuaristas.
No fechamento de fevereiro, os contratos futuros de curto prazo já indicavam uma queda nos preços, com cotações abaixo do CEPEA da data. Naquele momento o mercado acertou, e realmente os preços cederam até a presente data (2/4/24).
Corrigindo o valor da arroba (CEPEA) pelo indicador CDI (base março) na data, nenhum dos contratos futuros apresentava performance superior à correção.
E AGORA?
De lá (29/2) pra cá (2/4) os preços spot (CEPEA) cederam 2,89% e a curva de preços dos contratos futuros melhorou.
Atualmente todos os contratos possuem ágio sobre o CEPEA atual, o que antes só víamos em setembro, outubro e novembro. Nesses contratos mencionados atualmente temos até correção maior do que pelo indicador CDI (base março).
Se considerarmos a Selic atual (10,75% a.a) e a projeção do último Boletim Focus (28/3/24) para finalizar 2024 com a Selic em queda, atingindo 9,0% “parece” ser uma boa oportunidade para hedge.
E você? Já garantiu sua margem para 2024?
Talvez os preços futuros não sejam os ideais que os nossos amigos pecuaristas almejam. Mas será que os preços de fechamento de março foram os que nossos amigos almejaram em fevereiro?